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Maurício Grabois: A Revolução de Outubro inspira nossa luta

7 de novembro de 2023

Artigo de Maurício Grabois escrito para a comemoração do 33º aniversário da Revolução Russa em 1950.

Neste 7 de novembro de 2023, a Fundação Maurício Grabois registra a passagem dos 106 anos da Revolução Russa de 1917.

Para lembrarmos dessa data histórica, reproduzimos abaixo artigo de Mauricio Grabois publicado originalmente em novembro de 1950 na Problemas – Revista Mensal de Cultura Política nº 31 (Clique aqui para saber mais sobre a Revista Problemas). O texto foi escrito para a comemoração do 33º aniversário da Revolução Russa.

A Revolução de Outubro inspira nossa luta

Por Maurício Grabois

Há trinta e três anos, quando sob a genial direção de Lênin e Stálin o proletariado russo realizava a maior e mais profunda revolução da história, uma poderosa e decisiva força assomava à arena política mundial, ocupando, desde os primeiros instantes de sua existência, a liderança na luta do proletariado de todos os países e dos povos oprimidos do mundo inteiro.

Essa força era o novo Estado socialista — o primeiro surgido na vida da humanidade — instaurado na Rússia sobre os escombros do tzarismo, — em consequência da Grande Revolução Socialista de Outubro.

Pela primeira vez na história dos povos, a classe operária, em sólida aliança com as massas camponesas, guiada pela teoria revolucionária do marxismo-leninismo, destruía o poder dos capitalistas, assumia as responsabilidades de reger os destinos do Estado, convertia as fábricas, a terra, as ferrovias e os bancos em propriedade do povo, abolia a exploração do homem pelo homem, liquidava no imenso território, da antiga e atrasada Rússia tzarista toda espécie de opressão nacional e abria, assim, um novo ciclo na história das revoluções dos povos: o ciclo das revoluções socialistas.

A vitória da revolução proletária nas heróicas jornadas de outubro de 1917, determinando o surgimento da União Soviética, significou o início de uma nova etapa no movimento revolucionário mundial. A luta da classe operária e dos povos oprimidos de todo o mundo foi profundamente reforçada e tomou um impulso poderoso, sem precedentes. A Grande Revolução Socialista de Outubro não só constituiu o maior exemplo e o melhor estímulo à luta dos povos por sua libertação, como também a instauração do Poder Soviético numa sexta parte do globo terrestre rompeu pela primeira vez a cadeia da frente imperialista, assestando um rude golpe em todo o sistema capitalista, contribuindo deste modo poderosa e decisivamente para a luta emancipadora de todos os povos. Já o grande Stálin, há vinte e três anos em um artigo alusivo à passagem do 10.° aniversário da Revolução de Outubro, mostrava com sua genialidade e clarividência que esta revolução não estava circunscrita ao âmbito nacional, não dizia respeito somente aos povos da URSS, mas que era uma revolução de caráter internacional, pois marcava “uma mudança radical e profunda nos destinos históricos do capitalismo mundial, uma mudança radical e profunda no movimento de libertação do proletariado mundial”.

A Grande Revolução Socialista de Outubro, repercutindo decisivamente na luta de todos os povos, inaugurou para os países coloniais e dependentes também uma nova época — a época das revoluções nacional-libertadoras, sob a direção do proletariado. Grande foi a influência da Revolução de Outubro sobre os povos dos países coloniais e dependentes, despertando grandes massas populares e, particularmente, a classe operária para a vida política, para a luta por sua libertação.

A histórica vitória dos trabalhadores da Rússia tzarista nos heróicos combates de outubro de 1917 e, posteriormente, a construção vitoriosa do socialismo na União Soviética mostraram na prática, aos povos dos países coloniais e dependentes, não só a necessidade de liquidar com a dominação e a exploração imperialistas, como também demonstraram a viabilidade de conseguir, através da luta, a mais completa independência nacional, e abrir o caminho para o socialismo. Assim, a Grande Revolução Socialista de Outubro e o advento do Poder Soviético despertaram o verdadeiro sentimento nacional dos povos dos países coloniais e dependentes e a sua luta pela independência nacional atingiu um novo nível, pois a Revolução de Outubro ligou a luta desses povos por sua emancipação nacional à luta revolucionária dos trabalhadores de todos os países, indicando-lhes, deste modo, a justa rota para conquistar a sua completa libertação nacional e social.

O Reflexo da Revolução de Outubro no Brasil

Como não podia deixar de acontecer, a Grande Revolução Socialista de Outubro constituiu também um marco histórico na vida do povo brasileiro, abrindo novos horizontes para as massas trabalhadoras na luta contra a miséria, o atraso e a opressão. Milhares de operários brasileiros, principalmente nos grandes centros como Distrito Federal e São Paulo, saudaram com grande entusiasmo esse acontecimento histórico. A fundação do Estado Soviético estimulou a luta da classe operária do Brasil por suas reivindicações econômicas e políticas, ao mesmo tempo que terminou [em] calorosas demonstrações de solidariedade dos trabalhadores, em vários pontos do país, ao jovem Poder Soviético que se encontrava ameaçado pelo cerco capitalista.

O proletariado brasileiro foi despertado como classe para a luta política, começando a tomar consciência do seu papel dirigente da luta pela emancipação nacional e social de todo o povo brasileiro. Foi ao influxo da Revolução de Outubro que se organizou em nossa terra o partido independente da classe operária — o Partido Comunista do Brasil, vanguarda e estado-maior das forças da revolução no país.

E a vitória alcançada em 1917 pelo proletariado, russo, dirigido pelos bolcheviques, repercutiu da maneira mais profunda entre os trabalhadores brasileiros e assestou um golpe demolidor na influência que o anarquismo exercia no seio da classe operária em nossa terra, criando, assim, condições para a formação de um verdadeiro partido do proletariado. Com a Grande Revolução Socialista de Outubro, que deu imensas e novas perspectivas à classe operária, às grandes massas e aos intelectuais progressistas, o anarquismo começou a declinar para, em seguida, desaparecer completamente como força no movimento operário brasileiro e no cenário político nacional. Os elementos honestos que se encontravam sob o domínio do anarquismo, começaram a libertar-se da influência dessa ideologia pequeno-burguesa e, sob a poderosa influência da Revolução de Outubro, encaminhavam-se para o socialismo científico, procuravam assimilar a ideologia do proletariado, o marxismo-leninismo.

Isso é comprovado pelo fato de que grande número de militantes anarquistas, influenciados pelas lutas revolucionárias do proletariado russo em 1917, tomavam posição ativa contra a guerra imperialista e realizavam atos de solidariedade ao primeiro Estado socialista da história. Nessa atividade, muitos desses militantes operários conseguiram romper com o anarquismo e participar, poucos anos depois, da fundação do Partido Comunista do Brasil.

É sabido que, antes de 7 de novembro de 1917, existia no Brasil movimento sindical organizado e lutas do proletariado se desenvolviam nos centros operários, mas somente depois da Revolução de Outubro é que a classe operária, libertando-se da influência dos anarquistas que predominavam nas organizações sindicais, se orientou no sentido de sua organização política independente, construindo o seu partido de classe, o Partido Comunista do Brasil.

Embora o período que medeia entre a Grande Revolução Socialista de Outubro e a fundação do Partido Comunista do Brasil ultrapasse quatro anos, é incontestável que o movimento revolucionário brasileiro dirigido pelo proletariado é, fundamentalmente, fruto da histórica revolução dirigida por Lênin e Stálin.

É certo que a social-democracia russa já exercia influência nas lutas pela liberdade em nosso país. A revolução de 1905 na Rússia tzarista repercutiu intensamente no Brasil, e a revolta dos marinheiros de quase todos os navios da armada brasileira em 1910, foi inspirada na luta heróica dos marujos russos do “Encouraçado Potemkim” contra a autocracia. No entanto, a verdade é que somente depois da Grande Revolução Socialista de Outubro é que o nosso povo começou efetivamente a despertar para a luta por sua completa libertação nacional e social e o proletariado deu os primeiros passos para ocupar a sua posição como força política independente.

Desde os Primeiros Dias da Revolução Proletária, a Classe Operária Brasileira Demonstrou sua Admiração e Solidariedade aos Povos Soviéticos

Nos anos que se sucederam à vitória da revolução proletária, os nomes do imortal Lênin e dos bolcheviques, personificando os sublimes ideais do socialismo e do comunismo, ecoavam em nossa terra, trazendo aos trabalhadores a esperança e a certeza na vitória final contra os exploradores e opressores. Nosso Partido é filho da Grande Revolução Socialista de Outubro. Isto é comprovado pela vitória dos bolcheviques, em 1917, e a fundação do Partido Comunista do Brasil, em 1922, comprova essa afirmação.

Assim é que, já em 1918, o Grupo Panificio, prevendo a importância histórica da Grande Revolução Socialista de Outubro para a luta emancipadora de todos os povos, inclusive para os da América, declarava em manifesto, depois de falar dos horrores da primeira guerra mundial:

“… a aurora reivindicadora hoje se estende em toda a Rússia, não tardará esse facho luminoso a chegar ao continente americano…”

No dia 1.° de Maio de 1918, num grande ato público convocado pela UGT, realizado no teatro “Maison Moderne” com a presença de 3.000 pessoas, é aprovada uma moção que condena a guerra, faz “votos ardentes por uma paz concluída e firmada diretamente pelos proletários” manifesta “a sua profunda simpatia pelo povo russo”. Ao terminar esse ato público, segundo noticiava “A Razão” de 2 de Maio de 1918, erguiam-se do seio da massa de assistentes os brados de “Viva a Rússia” e “Abaixo a Guerra!”.

O mesmo jornal, noticiando as comemorações de 1.° de Maio de 1919, refere-se às manifestações realizadas pelas associações operárias do Distrito Federal na Praça Mauá, onde 60.000 trabalhadores davam “vivas estrepitosos à Rússia Nova e a Lênin”, o que bem revela a poderosa influência da Revolução Socialista de Outubro sobre o proletariado brasileiro. Neste comício, numa evidente demonstração de internacionalismo proletário, foi aprovada pela massa a seguinte moção dos trabalhadores cariocas:

“O proletariado do Rio de Janeiro, reunido em massa na praça pública e solidário com as grandes demonstrações dos trabalhadores, neste 1.° de Maio, envia uma saudação especial de simpatia aos proletários russos, húngaros e germânicos, e protesta solenemente contra qualquer intervenção militar burguesa tendo por fim atacar a obra revolucionária tão auspiciosamente encetada na Rússia”.

Na noite desse mesmo dia, num espetáculo no Teatro Recreio, apesar da proibição policial, foi prestada pelos espectadores uma calorosa homenagem a Lênin. Sobre essa homenagem relata um jornal da época:

“O Teatro Recreio parecia ruir. Um brado uníssono de aplausos ecoou, e o nome de Lênin foi repetido com vigor por todos os presentes”.

E, ainda nesse dia, as comemorações em Petrópolis tiveram grandes proporções. Entre as aclamações alusivas à data, distribuídas aos trabalhadores, uma delas incluía como palavra de ordem: “Viva o proletariado russo!”

No mesmo ano, a 11 de julho de 1919, a União dos Metalúrgicos do Distrito Federal decretava a greve geral de 24 horas contra a intervenção das potências imperialistas na União Soviética, dando um esplêndido exemplo de solidariedade proletária.

No ano seguinte, a 25 de abril de 1920, na sessão de instalação do 3.° Congresso Operário, depois de votada uma saudação ao proletariado de todo o mundo, foi aprovada, por proposta da União das Costureiras do Distrito Federal e da Aliança dos Trabalhadores em Marcenaria, também do Distrito Federal, uma “saudação especial ao proletariado russo” nos seguintes termos:

“O 3.° Congresso Operário Brasileiro, envia uma fraternal saudação ao proletariado russo, que tão alto tem erguido o facho da revolta triunfante, abrindo o caminho do bem-estar e da liberdade aos trabalhadores mundiais”.

Nesse Congresso, a 30 de abril de 1920, os seus delegados, sentindo o significado e a importância da criação, um ano antes, da Internacional Comunista, resolviam

“declarar sua expressiva simpatia em face da Internacional de Moscou, cujos princípios gerais correspondem verdadeiramente às aspirações de liberdade e igualdade dos trabalhadores de todo o mundo”.

Nas comemorações de 1.° de Maio de 1920, segundo noticiava a “Voz do Povo” de 3 de maio de 1920, depois da realização do comício na Praça Mauá, onde falaram os representantes dos trabalhadores do Distrito Federal, de Minas, do Rio Grande do Sul, da Bahia, do Estado do Rio, dos tecelões do Distrito Federal, da mocidade carioca e um camponês, foi levada a efeito uma passeata na Avenida Rio Branco, ocasião em que os ecos da “Internacional” eram entrecortados com os brados de “Viva a Solidariedade Obreira”, “Viva a Rússia Soviética!” e “Viva a Revolução Social!”

Além dessas demonstrações de admiração e afeto ao proletariado russo vitorioso e aos povos soviéticos, nos grandes centros do país era organizada a ajuda ao primeiro país socialista do mundo, sendo então posto em circulação o jornal “Solidariedade”, órgão do movimento de ajuda aos povos que realizaram a revolução socialista e que na época enfrentavam a guerra civil e a invasão militar dos imperialistas.

A Grande Revolução Socialista de Outubro Ilumina o Caminho do Proletariado Brasileiro

Foi assim, ao calor da solidariedade à Rússia Soviética, que então sofria a intervenção armada de quatorze potências, e das grandes greves desencadeadas no país nos três últimos anos da segunda década deste século, que começaram a ser criadas condições para a fundação do Partido Comunista do Brasil. Nesse ambiente, começaram a formar-se, desde 1917, os primeiros grupos comunistas em vários lugares do país, principalmente nos pontos de maior concentração operária, tais como o Distrito Federal, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Juiz de Fora, Niterói, Cruzeiro, além de algumas outras cidades.

A 7 de novembro de 1921, em homenagem à maior data do movimento operário mundial, reuniram-se pela primeira vez os delegados dos grupos comunistas existentes no país e decidiram convocar o I Congresso do Partido Comunista do Brasil que, instalado a 25 de Março de 1922, foi o congresso de sua fundação. Desse modo, o movimento comunista brasileiro tem a honra de incorporar, como uma data importante de sua história, o dia da primeira revolução proletária triunfante.

Desde essa época até os dias de hoje, o movimento revolucionário brasileiro, tem se inspirado no exemplo da grande União Soviética tem se fortalecido com os ensinamentos e as lutas do glorioso Partido Comunista (b) da URSS.

Por essa razão, ao comemorarmos o 33.° aniversário da Revolução de Outubro, voltamo-nos cheios de gratidão para os povos soviéticos que, não só abriram novas perspectivas e possibilidades para a luta de nosso povo, como também, durante esses trinta e três anos, se tornaram a fortaleza inexpugnável da paz e da independência de todos os povos.

Nesse aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro, quando nos empenhamos firmemente na luta pela emancipação de nosso país do jugo imperialista, reafirmamos sem vacilações nossa posição ao lado da grande e pacífica União Soviética, pois, justamente nessa posição é que reside toda a nossa fidelidade à patriótica causa da libertação nacional.

A União Soviética, liderando as forças da paz e da democracia em todo o mundo, tem sido o maior e o mais importante fator das grandiosas vitórias conquistadas pelos povos desde a Revolução de Outubro.

Sem a União Soviética não seria possível esmagar as hordas de Hitler. A URSS. foi a força dirigente na derrota militar da Alemanha nazista e do Japão militarista. Nos dias de hoje não será possível derrotar o pior inimigo da paz mundial e da independência e da felicidade dos povos — o imperialismo anglo-americano — sem a direção da grande União Soviética. A URSS é não só a força mais poderosa do campo democrático como também é a alma das vitórias obtidas contra a reação e o imperialismo.

A União Soviética é a maior amiga do povo brasileiro e defende a libertação do Brasil da opressão e exploração imperialistas.

Neste 7 de novembro, com a maior atenção e carinho, examinamos o glorioso caminho percorrido pelos povos soviéticos que converteram um país atrasado, na maior potência do mundo, construíram com êxito o socialismo e com o mesmo êxito desenvolvem a construção do comunismo. Esse caminho é para nós um poderoso estímulo, quando a ditadura de latifundiários e da grande burguesia vende o país aos imperialistas americanos, quando sentimos todo o atraso em que vive o nosso povo, faminto, explorado, e ameaçado de ser transformado em carne de canhão dos agressores anglo-americanos.

Estudar as Lições da Revolução de Outubro para Reforçar a Nossa Luta Pela Paz e a Independência Nacional

É justamente inspirados nos povos soviéticos que, com a Revolução de Outubro, se libertaram para sempre da escravidão capitalista, que nos empenhamos com todo o entusiasmo na luta pela libertação nacional e pela conquista da democracia popular, a fim de conduzir o nosso povo para a luminosa estrada do socialismo.

Na efeméride mais memorável dos povos, ao exprimirmos nossa imensa gratidão à pacífica e invencível União Soviética, estamos manifestando igualmente o mais profundo e puro sentimento patriótico, o nosso mais intenso amor ao povo brasileiro, pois somente estando ao lado da União Soviética, reconhecendo a sua liderança e a direção do grande camarada Stálin, é que poderemos conquistar de fato a independência nacional, a democracia e a felicidade para o nosso povo.

Aceitando orgulhosamente o papel histórico do PC (b) da URSS como dirigente do movimento operário internacional, estudando-se com afinco os seus sábios ensinamentos e as ricas experiências de sua gloriosa vida, estaremos ampliando e reforçando continuamente a luta revolucionária do povo brasileiro por sua emancipação do jugo imperialista, contra a fome, o atraso e a miséria.

O exemplo dado pelo proletariado russo e seu partido em outubro 1917, deve estar sempre presente em nossa atividade pela conquista de governo democrático popular, para arrancar o nosso país do campo imperialista e colocá-lo no campo das forças democráticas lideradas pela URSS.

Quando a luta pelo poder é para nós uma tarefa que se coloca na ordem do dia, tendo em vista a total realização do programa da Frente Democrática de Libertação Nacional, devemos mais do que nunca recordar e estudar a Revolução de Outubro.

A Revolução de Outubro nos Indica a Necessidade de Forjar o Mais Rapidamente um Partido à Altura da Luta Revolucionária de Nosso Povo

Passados trinta e três anos da tomada do poder pelos Soviets, a classe operária brasileira e o seu Partido — Partido Comunista do Brasil — se desenvolveram, adquiriram experiência política e hoje à frente de todo o povo dirigem a batalha pela libertação nacional, pela execução do programa da F.D.L.N., apresentado por Prestes em seu manifesto de 1.° de agosto. Mas o nosso Partido necessita desempenhar melhor o seu papel de força de vanguarda e ocupar efetivamente sua posição de estado-maior, da Revolução. A Grande Revolução Socialista de Outubro nos ensina que somente forjando, através da luta, um Partido efetivamente de novo tipo, é que realizaremos com êxito a luta pela emancipação nacional e social do povo brasileiro. A Grande Revolução Socialista de Outubro nos mostra que é impossível fazer a Revolução triunfar em nosso país sem um partido revolucionário do proletariado, livre do oportunismo e revolucionário, em face dos latifundiários e da grande burguesia e do poder de seu Estado, que possua a teoria de vanguarda do movimento operário, o marxismo-leninismo, e que mantenha profundas ligações com as massas.

Por isso, medindo toda a responsabilidade que hoje pesa sobre os comunistas, devemos elevar o Partido à altura de nossa atual linha política e tática, intensificar a luta pelos objetivos da Revolução Democrática Popular, consubstanciados no programa da Frente Democrática de Libertação Nacional, e reforçar cada vez mais nossa solidariedade e amizade à grande União Soviética.

Deste modo demonstraremos nossa fidelidade à grande causa da Revolução de Outubro, à causa que a União Soviética defende — a causa da paz e do socialismo.