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Nota da FMG sobre o falecimento de Ennio Candotti, mestre da ciência brasileira

6 de dezembro de 2023

O físico foi o fundador do Museu da Amazônia (Musa) e era presidente de honra da SBPC.

Faleceu nesta quarta-feira (06/12), aos 81 anos, o professor Ennio Candotti, diretor-geral do Museu da Amazônia (MUSA).

Ennio Candotti foi um dos grandes personagens da ciência brasileira. Nascido na Itália, Ennio foi naturalizado brasileiro, era formado em Física e era professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). 

Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência com o maior número de mandatos na entidade – como vice-presidente (1985-1987, 1987-1989, 2011-2013) e (2013-2015), e como presidente (1989-1991, 1991-1993, 2003-2005 e 2005-2007) Ennio Candotti recebeu, em 1998 o prêmio Kalinga de divulgação de Popularização da Ciência, dado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura por habilidades excepcionais na divulgação científica. Candotti também foi editor das Revistas Ciência Hoje, entre 1982 e 1996, e Ciência Hoy (Argentina), em 1988. 

Presidenta nacional do PCdoB e ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos manifestou seu pesar:

“De forma brilhante Candotti defendeu, construiu e trabalhou por uma ciência que melhorasse verdadeiramente a vida do povo. Estamos todos muito tristes. Meu abraço afetuoso na família e nas gerações de cientistas e pesquisadores formados pela sua inteligência e generosidade”, disse a ministra.

Candotti foi professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de 1974 até 1995. Doutora e ex-professora da UFRJ, a deputada estadual Dani Balbi (PCdoB-RJ) também lamentou a perda do cientista: “Ennio era um grande exemplo para todos nós que defendemos a popularização da ciência”.

A Fundação Mauricio Grabois publicou nota sobre o falecimento de Candotti. Assinada pelo presidente da FMG, Adalberto Monteiro, a nota lembra que “Ennio Candotti foi um amigo da Fundação e sempre se pôs à disposição quando convidado para colaborar com nossas atividades”.

NOTA DA FUNDAÇÃO MAURÍCIO GRABOIS

Brasil e a ciência perdem Ennio Candotti

O falecimento do eminente cientista Ennio Candotti, ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), representa uma inestimável perda. Graduado em Física pela Universidade de São Paulo (1964) e pela Università degli Studi di Napoli (1972), Candotti realizou, entre 1966 e 1973, diversos estágios de pesquisa em Física Teórica nas Universidades de Pisa, Munique e Nápoles. 

Participou da criação das revistas Ciência Hoje – que editou de 1982 a 1996 – e Ciência Hoje das Crianças. Contribuiu ainda na criação da publicação homônima argentina de Ciência Hoy. Recebeu em 1990 o Prêmio Kalinga de Divulgação Científica, concedido anualmente pela Unesco. Candotti também foi professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de 1974 até 1995, e atuou como professor da Universidade Federal do Espírito Santo.

Dedicado à pesquisa da Amazônia e da ciência em geral, fez dos seus conhecimentos importante instrumento da luta pela soberania nacional. Foi um incansável lutador em defesa da democracia, segundo ele o caminho para o povo participar dos debates sobre a Amazônia e assim fazer a defesa da floresta com uma melhor compreensão daquele ecossistema, a necessidade de um conhecimento aprofundado dos segredos que a floresta e suas populações guardam como tesouro. Foi o fundador e diretor do Museu da Amazônia (Musa).

A Fundação Maurício Grabois manifesta solidariedade aos familiares e amigos, expressa seus sentimentos por essa perda e registra que o legado desse destacado cientista é um patrimônio nacional. Ennio Candotti foi um amigo da Fundação e sempre se pôs à disposição quando convidado para colaborar com nossas atividades. Suas reflexões e elaborações compõem o nosso acervo, uma inestimável contribuição ao desenvolvimento nacional e ao progresso social.  

São Paulo, 06 de dezembro de 2023

Adalberto Monteiro, presidente da Fundação Maurício Grabois