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Preservação de florestas e redução de combustíveis fósseis são igualmente importantes

11 de dezembro de 2023

MCTI e instituto alemão planejam seminário científico na Amazônia antes das reuniões do G20 no Brasil; Ministério também deverá organizar workshop global sobre transição energética em conjunto com o Laboratório Nacional de Energias Renováveis dos Estados Unidos

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Departamento para o Clima e Sustentabilidade, debateu com o Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático, da Alemanha, a possibilidade de realizar um seminário científico na Amazônia antes das reuniões do G20 no Brasil. O objetivo é reunir a comunidade científica internacional para identificar lacunas de conhecimento e a necessidade de avançar na área de modelos climáticos integrados, entre outros aspectos. Além disso, a ideia é que a comunidade científica possa efetuar uma reunião preparatória para subsidiar com evidências científicas as discussões do grupo das maiores economias do mundo.

“O momento é apropriado, e isso é estratégico. Temos que compreender o sistema de modo completo”, afirmou o diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade do MCTI, Osvaldo Moraes. 

Após a reunião realizada durante a COP28, em Dubai, o diretor do Instituto Potsdam de pesquisas sobre o Impacto Climático, Johan Rockström, falou sobre o quão estratégico e importante é conseguir quantificar os serviços providos pelas florestas para a humanidade. Ele destacou que, além da necessidade de redução dos combustíveis fósseis, é preciso preservar os sistemas florestais do planeta para limitar o aquecimento global a 1,5oC. “Há necessidade de entender que, para cumprir o acordo climático de Paris, a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e a gestão dos sistemas florestais no planeta Terra são igualmente importantes”, disse.

De acordo com o climatologista, o raciocínio advém dos modelos climáticos que consideram as florestas como “enormes sumidouros de carbono”. Rockström afirma que as florestas removem cerca de 25% do dióxido queimado a partir de combustíveis fósseis, e esse percentual é considerado na estimativa do orçamento global de carbono, que indica restar 250 bilhões de toneladas de dióxido de carbono que ainda poderiam ser emitidas. Por isso, na avaliação do climatologista, as florestas precisam ser mantidas intactas para que possam continuar a prover esses serviços.

Além da maior floresta tropical, ele menciona como exemplos as florestas presentes na bacia do Congo, as boreais e as temperadas. Contudo, ele destaca que 17% da cobertura florestal da Amazônia foi perdida e que avança rapidamente a chegada ao ponto crítico de não retorno. “Isso significa que temos que preservar a floresta remanescente. Não podemos perder mais florestas”, analisa.

Para o diretor do instituto alemão, pelos serviços ecossistêmicos globais que presta, a floresta amazônica está no mesmo patamar das grandes camadas de gelo, da absorção de calor pelo oceano e dos sistemas de recifes de coral, os chamados tipping points globais. “Estes não são apenas ecossistemas, eles são o que chamamos de bens comuns globais.”

Estados Unidos

Em reunião com o diretor-executivo do Centro de Ação Global Net Zero do Laboratório Nacional de Energias Renováveis dos Estados Unidos (NREL), Ron Benioff, o MCTI discutiu a realização de um workshop global sobre transição energética. O evento seria sediado no Brasil. O centro apoia países em desenvolvimento para descarbonizar sistemas energéticos. O evento deverá ser realizado no Brasil em 2024.  

Fonte: MCTI