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Luciana Santos: “Queremos uma reindustrialização com sustentabilidade e justiça social”

6 de junho de 2024

Evento organizado pela Fundação Maurício Grabois para debater a reindustrialização do país teve transmissão pela TV Grabois. O consenso é o de que o Estado deve ter um papel fundamental na reindustrialização.

“Reindustrializar o Brasil: Inovação, tecnologia, soberania e sustentabilidade”. Esse foi o tema da primeira mesa do Ciclo de Debates organizado pela Fundação Maurício Grabois sobre a reindustrialização do país e que teve início na noite da última quarta-feira (05/06).

Essa primeira mesa contou com a participação da ministra Luciana Santos, do professor da Unicamp Luiz Gonzaga Belluzzo, do representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Fabricio Silveira, do ex-presidente do Clube de Engenharia Pedro Celestino e do representante da Fundação João Mangabeira Alexandre Navarro.

Mediador do debate, Walter Sorrentino explicou que a motivação do Ciclo foi a percepção de que a reindustrialização do país ainda precisa superar uma série de obstáculos políticos e econômicos.

Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos registrou que o projeto necessário para o país é o de “uma reindustrialização com foco na sustentabilidade e na justiça social”. Em sua intervenção, Luciana perpassou a trajetória histórica do pensamento econômico passando por Adam Smith, Schumpeter e Keynes até os dias atuais. A ministra também apresentou o programa do governo federal Nova Indústria Brasil (NIB). Entre as prioridades destacadas pela ministra estão a ampliação do Complexo Econômico Industrial de Saúde, a transformação digital da indústria e a bioeconomia.

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Para o professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, “a questão hoje não é a de reproduzir a industrialização que já perpetramos na década de 1980”, mas sim criar uma reindustrialização. Belluzzo defendeu que a reindustrialização deve ser baseada em articulação institucional e planejamento. Isso significa, segundo Belluzzo, “definir claramente quais são os objetivos da reindustrialização, construir os agentes que levarão o projeto adiante e articular o setor público com o privado”. Belluzzo citou a noção de Gramsci de “fabricar os fabricantes”, ou seja, o Estado precisa estimular atores privados que levem adiante esse projeto.

Representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Fabricio Silveira também registrou a importância do papel do Estado no direcionamento da reindustrialização. Citando a economista italiana Mariana Mazzucato, Silveira defendeu o Estado como um “investidor de primeira instância e não apenas um emprestador de última instância”. De acordo com Silveira, a CNI vê a NIB com bons olhos, mas ela precisa ser transformada em uma política de Estado e não apenas de governo.

O ex-presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino, seguiu na mesma direção. Celestino argumentou ser preciso restabelecer o planejamento e definir prioridades. O engenheiro também ressaltou a importância de mais investimentos nas universidades públicas.

Por fim, o representante da Fundação João Mangabeira, Alexandre Navarro, sugeriu que ainda falta na NIB uma maior coordenação. Navarro defendeu que a reindustrialização contribua com a redução das assimetrias regionais. “Não dá para a Nova Indústria Brasil ficar com uma cara paulicêntrica”, concluiu.

Confira abaixo:

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