A Fundação Gabriel Péri, fundação partidária do Partido Comunista Francês (PCF), comemora seu aniversário de 20 anos neste sábado (09/11) em Paris.

Nesta ocasião, ela organiza uma conferência, no Espaço Niemeyer, na sede do PCF. Reconhecida como de utilidade pública desde a sua criação por iniciativa do PCF, a fundação brilha pelo seu dinamismo. Conferências, seminários, videoconferências e reuniões diversas, multiplica iniciativas para contribuir “com a compreensão, divulgação e apropriação do património intelectual e prático acumulado na França e no mundo pelas lutas sociais e políticas, e pelo movimento de ideias”, como estipulado em seus estatutos.

“A fundação é um lugar de encontro e intercâmbio entre o mundo da pesquisa e o mundo do ativismo, respeitando a independência de cada pessoa”, explica o seu presidente, Alain Obadia. “O nosso objetivo é promover a divulgação do trabalho de historiadores, sociólogos ou filósofos e do conhecimento ativista, mas também possibilitar o trabalho conjunto”, sublinha. A fundação não é um partido político. “Não desenvolve programa ou direção. Ela tem liberdade para se aprofundar em cada questão, para explorar divergências sem ter que resolvê-las”, explica.

A fundação também tem a missão de administrar e divulgar os arquivos do PCF. Em colaboração com a Casa das Ciências Humanas da Universidade da Borgonha, foram realizados trabalhos de digitalização. Os acervos de vários jornais comunistas, como os Cahiers du communisme ou a Nouvelle Critique, ou mesmo os relatórios do Politburo, estão acessíveis gratuitamente online para pesquisadores e historiadores. Esta preocupação com a herança comunista também a levou a participar na aventura da Grande Edição Marx e Engels (Geme). A fundação edita e publica diversas revistas, como Silomag, Cahiers de la santé publique et de la protection sociale e La Pensée.

Como se vê, a Fundação Gabriel Péri realiza na França o mesmo trabalho que a Fundação Maurício Grabois no Brasil.

“O trabalho da Fundação Gabriel Péri, nossa parceira, é para nós uma fonte de entusiasmo, porque estimula a reflexão crítica e o enriquecimento de toda a herança intelectual marxista e progressista que é a alma dos combatentes comunistas em todo o mundo”, afirmou o presidente da Fundação Maurício Grabois, Walter Sorrentino, em carta destinada para Alain Obadia.