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Mulheres comunistas assumem papel de destaque em governos da América do Sul

25 de novembro de 2024
No Uruguai, Carolina Cosse foi eleita vice-presidenta do país neste domingo (24/11); no início do ano, a comunista Ana Olivera já havia assumido a presidência da Câmara dos Deputados no país; no Chile, Karol Cariola é a presidenta da Câmara dos Deputados, Jeannette Jara a ministra do Trabalho e Camila Vallejo a Secretária Geral do governo de Gabriel Boric; no Brasil, Luciana Santos é a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação no governo Lula; e na Colômbia, a comunista Gloria Inés Ramírez é a ministra do Trabalho no governo de Gustavo Petro.

No Uruguai, Carolina Cosse foi eleita vice-presidenta do país neste domingo (24/11); no início do ano, a comunista Ana Olivera já havia assumido a presidência da Câmara dos Deputados no país; no Chile, Karol Cariola é a presidenta da Câmara dos Deputados, Jeannette Jara a ministra do Trabalho e Camila Vallejo a Secretária Geral do governo de Gabriel Boric; no Brasil, Luciana Santos é a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação no governo Lula; e na Colômbia, a comunista Gloria Inés Ramírez é a ministra do Trabalho no governo de Gustavo Petro.

Neste domingo (24/11), a eleição de Yamandú Orsi como novo presidente do Uruguai marcou a volta da Frente Ampla – coligação de partidos de esquerda – ao governo do país. Mas a novidade não está apenas aí. Ao lado de Orsi, chega ao governo como vice-presidenta do país a comunista Carolina Cosse. Longe de ser um ponto fora da curva, a eleição de Cosse registra um processo de ascensão de diversas lideranças femininas de partidos comunistas em governos da América do Sul.

Ex-ministra de Indústria, Energia e Minério durante o governo de Tabaré Vázquez e prefeita de Montevidéu, Cosse foi formada pela União da Juventude Comunista (UJC) do Uruguai, mas disputou as eleições pela Frente Ampla.

Em março deste ano, uma outra comunista já havia conquistado espaço importante na política do país. A deputada Ana Olivera, do Partido Comunista do Uruguai (PCU), foi eleita presidenta da Câmara dos Deputados.

O caso chileno

No Chile, o processo tem sido semelhante. Em abril deste ano, Karol Cariola fez história ao tornar-se a primeira mulher comunista a presidir a Câmara dos Deputados do Chile. Outra liderança do Partido Comunista do Chile (PCCh), Camila Vallejo, já havia sido escolhida como Secretária-Geral do governo pelo presidente Gabriel Boric.

Tanto Cariola quanto Vallejo tiveram muito destaque no auge da mobilização estudantil chilena entre 2006 e 2013, mesmo processo que fez emergir a liderança do jovem Boric.

Na foto, Camila Vallejo e Karol Cariola.

Também faz parte do gabinete de Boric como Ministra do Trabalho a comunista Jeannette Jara.

A atuação das três comunistas tem produzido bons resultados em termos de conquistas para os trabalhadores chilenos. Foi por iniciativa de um projeto de lei da então deputada Camila Vallejo, com o apoio da Ministra do Trabalho Jeannette Jara, que o parlamento chileno aprovou a redução da jornada de trabalho para 40 horas no país.

Leia mais: Comunistas conquistam jornada de 40 horas no Chile

O caso colombiano

Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro foi buscar nas fileiras do Partido Comunista Colombiano (PCC) a professora Gloria Inés Ramírez para assumir o ministério do Trabalho.

Na foto, Gloria Inés Ramírez e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.

Assim como no caso chileno, Gloria Inés Ramírez foi uma das principais responsáveis pela proposta de reforma trabalhista que reduz a jornada de trabalho no país e que foi aprovada na Câmara dos Deputados no mês passado.

O caso brasileiro

Aqui no Brasil, a presidenta nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Luciana Santos, foi escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

No Uruguai, Carolina Cosse foi eleita vice-presidenta do país neste domingo (24/11); no início do ano, a comunista Ana Olivera já havia assumido a presidência da Câmara dos Deputados no país; no Chile, Karol Cariola é a presidenta da Câmara dos Deputados, Jeannette Jara a ministra do Trabalho e Camila Vallejo a Secretária Geral do governo de Gabriel Boric; no Brasil, Luciana Santos é a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação no governo Lula; e na Colômbia, a comunista Gloria Inés Ramírez é a ministra do Trabalho no governo de Gustavo Petro.
Na foto, Luciana Santos e o presidente Lula.

Leia mais: Lula indica Luciana Santos para Ministério de C, T & I

Formada em engenharia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luciana já foi vice-governadora de Pernambuco, vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), deputada estadual e federal, e prefeita da cidade de Olinda por dois mandatos.

Entre os destaques de sua gestão no MCTI estão a valorização das bolsas de pesquisa de pós-graduação e o lançamento do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), com investimento previsto de R$ 23 bilhões entre os anos de 2024 e 2028.

O caso da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) 

Completa esse time de mulheres comunistas em posições de destaque na América do Sul a ex-senadora brasileira pelo PCdoB, Vanessa Grazziotin.

Grazziotin é a atual Diretora-Executiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), uma organização intergovernamental formada por oito países amazônicos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, que assinaram o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), tornando-se o único bloco socioambiental da América Latina.

O que acontece em nuestra America também acontece em menor escala em outros países, como é o caso da Espanha. Por lá, o governo de Pedro Sanchez (PSOE) tem como ministra do Trabalho a comunista Yolanda Díaz.

Leia mais: Comunistas lançam Yolanda Díaz para governo da Espanha

Como se vê, a partir de suas experiências pioneiras de governo, essas lideranças da América do Sul sinalizam para um original modo comunista de governar.

Theófilo Rodrigues é professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UCAM. É membro do Grupo de Pesquisa sobre Transformação Ecológica e Diversificação Energética da Fundação Maurício Grabois.

Este é um artigo de opinião. A visão dos autores não necessariamente expressa a linha editorial dFMG.