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    Comunicação

    Meta e Trump: nova aliança digital ameaça democracia Global

    Deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) denuncia o reposicionamento das redes sociais Instagram, Facebook, WhatsApp e Threads. Medida favorece a extrema-direita, ameaçam os regimes democráticos e impactam a política global.

    POR: Orlando Silva

    4 min de leitura

    Ativistas fazem protesto por regulamentação do Facebook no Reino Unido com imagem de Mark Zuckerberg surfando em uma onda de dinheiro.
    Ativistas fazem protesto por regulamentação do Facebook no Reino Unido com imagem de Mark Zuckerberg surfando em uma onda de dinheiro.

    Mark Zuckerberg, dono do Grupo Meta, que controla plataformas como WhatsApp, Facebook e Instagram, fez um pronunciamento explicitando uma política de alinhamento total a Donald Trump e ao novo governo dos Estados Unidos quanto à moderação de conteúdos nas redes sociais.

    Na prática, o reposicionamento significa a liberalização total das plataformas para os objetivos da extrema-direita e de grupos criminosos, como a disseminação de informações falsas, propagação de violência e extremismo político, conteúdos de ódio e preconceituosos, sob a falsa retórica de defender a liberdade de expressão.

    Entre as medidas anunciadas estão o banimento das agências de checagem de fatos e sua substituição por “comunidades de usuários”, enfraquecendo o papel do jornalismo profissional; a fragilização ou até mesmo a extinção de filtros para identificar e moderar conteúdos potencialmente danosos; a volta da recomendação de conteúdos “cívicos” – ou seja, as postagens de viés político ao gosto da extrema-direita -; e até mesmo a remoção da equipe de moderação de conteúdos, saindo da Califórnia para o Texas, segundo ele para evitar acusações de “parcialidade”.

    Deputado Federal Orlando Silva (PCdoB/SP) | Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

    Mas Zuckerberg foi além em sua posição – talvez seja mais adequado dizer submissão ou rendição – ao declarar guerra a nações que tentam, de maneira legítima e com respaldo legal, construir legislações que regulem as plataformas digitais. O dono da Meta cita diretamente a Europa, países da América Latina que teriam “tribunais secretos” – em um servil eco às mentiras de Elon Musk sobre o STF – e a China.

    Por sua dimensão e consequências óbvias, o anúncio vai muito além de uma nova política de moderação de conteúdos. É um mergulho de cabeça na batalha geopolítica global, alinhando-se totalmente aos objetivos de Donald Trump e da extrema-direita para combater países que buscam preservar suas soberanias, como Alemanha e Inglaterra, na União Europeia, e principalmente a China, única nação que questiona a hegemonia norte-americana, inclusive afirmando sua soberania tecnológica.

    Modus operandi já conhecido, o patrocínio às táticas da extrema-direita vem disfarçado sob o invólucro de defesa da liberdade de expressão. Mentira! A resultante será o favorecimento do extremismo neofascista/neonazista em sua cruzada ideológica contra os valores humanistas e a democracia. Para tanto, precisam da internet como território livre de quaisquer regras ou pudores para fazerem a guerra cultural e sustentarem o obscurantismo.

    A nova política da Meta deve ter fortes repercussões políticas e é demonstrativa dos riscos que o novo governo Trump traz aos regimes democráticos. Primeiro foi Elon Musk e agora Mark Zuckerberg. Ambos, sob a batuta de Trump, buscam impactar a balança de forças políticas em âmbito mundial a favor da extrema-direita, ameaçando o planeta com um período de trevas.

    deputado Orlando Silva foi relator do primeiro grupo de trabalho (GT) criado na Câmara dos Deputados para discutir o Projeto de Lei 2630/20, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. A proposta ficou conhecida como PL das Fake News.

    Orlando Silva, deputado federal (PCdoB-SP), foi relator do primeiro grupo de trabalho (GT) criado na Câmara dos Deputados para discutir o Projeto de Lei 2630/20, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. A proposta ficou conhecida como PL das Fake News

    Este é um artigo de opinião. A visão dos autores não necessariamente expressa a linha editorial da FMG.