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    Cultura

    Ainda Estou Aqui disputa 3 Prêmios no Oscar; resultado sai no Carnaval

    Filme brasileiro dirigido por Walter Salles concorre a Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Filme Internacional. Premiação, em pleno domingo de Carnaval, 2 de março, deve parar o Brasil. Por Theófilo Rodrigues.

    Walter Salles, Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e Selton Mello na sessão especial de Ainda Estou Aqui no Festival do Rio 2024
    Walter Salles, Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e Selton Mello na sessão especial de Ainda Estou Aqui no Festival do Rio 2024 Alexandre Macieira/Festival do Rio

    Nessa quinta-feira (23), o Brasil comemorou como se tivesse passado por uma semifinal de Copa do Mundo. O motivo, no entanto, não veio do campo de futebol, mas do campo da cultura. “Ainda estou aqui”, o prestigiado filme brasileiro, foi anunciado como finalista em três prêmios do Oscar: melhor atriz, melhor filme internacional e melhor filme.

    Como no realismo fantástico latino-americano, a final dessa Copa do Mundo, ou melhor, dessa entrega do Oscar, acontecerá num momento mágico, no dia 2 de março, domingo de Carnaval. Entre confetes e serpentinas, brasileiras, brasileiros e muitos gringos aguardarão fantasiados e em catarse pelo anúncio dessa conquista.

     Leia mais: Ainda estou aqui, filme brasileiro no Oscar, é um chamado sensível por Memória e Verdade

    O filme registra a história de Rubens Paiva, assassinado covardemente pela ditadura militar brasileira. Em verdade, mais do que a história de Rubens, o filme é sobre como a sua família, liderada por Eunice Paiva, lidou com aquela situação trágica. Tudo isso pelos olhos do filho Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou o filme. Trata-se, portanto, de uma peça de Memória e Verdade que toca profundamente qualquer um que assista.

    Após 4 anos de um governo que simbolizou ao máximo o elogio do autoritarismo e da tortura, o reconhecimento público e internacional de “Ainda estou aqui” é uma verdadeira redenção. 

    “Belo e devastador”, foi como o New York Times o definiu. E é isso mesmo. Dirigido com a sensibilidade artística inigualável de Walter Salles, o filme traduz com facilidade para qualquer família o que significou o tempo sombrio da ditadura militar. Diga-se de passagem, a interpretação emocionante de Fernanda Torres, no papel de Eunice Paiva, certamente facilitou a vida de Salles.

    Como se vê, o Carnaval de 2025 terá mais um motivo para trazer alegria ao povo brasileiro.

    Até a vitória!

     Theófilo Rodrigues é professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UCAM. Coordenador do Grupo de Pesquisa Cultura & Sociedade da Fundação Maurício Grabois. 

    Este é um artigo de opinião. A visão dos autores não necessariamente expressa a linha editorial da FMG.

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