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    Cultura

    Desigualdade social e religiosidades em disputa são tema de debate da Grabois

    Confira as análises de Patricia Pelatieri, Mauricio Pestana e Paulo Gracino Júnior.

    POR: Redação

    3 min de leitura

    O simpósio “Desafios brasileiros em direção ao novo ciclo de desenvolvimento soberano”, organizado pela Fundação Maurício Grabois, debateu, nesta quarta-feira (09), Desigualdades Sociais, Contradições no Seio do Povo e os Valores em Disputa pelas Religiosidades. O tema foi abordado na 14a. mesa do evento, que contou com a participação de Patricia Pelatieri, Mauricio Pestana e Paulo Gracino Júnior.

    Leia também: Entenda o que realmente Marx pensa sobre religião

    Os participantes analisaram as desigualdades estruturais na sociedade brasileira e os valores simbólicos em disputa nas religiões, com foco na intersecção entre classe, raça, gênero e religiosidade, e sua influência nas contradições políticas e culturais vividas no Brasil contemporâneo.

    Desigualdades no Mercado de Trabalho e Emergências Climáticas

    Patricia Pelatieri expôs dados sobre as desigualdades estruturais do Brasil, destacando sua dimensão econômica, racial, de gênero e territorial. Apontou que 63% da riqueza brasileira está concentrada em 1% da população, enquanto os 50% mais pobres detêm apenas 2%. A pobreza é predominantemente feminina e negra. Quase metade dos trabalhadores está em empregos desprotegidos. Alertou ainda para os impactos da transição energética e climática, que tendem a aprofundar desigualdades se não forem acompanhados de políticas de “transição justa”.

    Confira a programação do Simpósio da FMG e veja os vídeos dos debates realizados

    Ascensão Negra e Conservadorismo Ideológico

    Mauricio Pestana tratou das contradições na ascensão de pessoas negras a posições de destaque, muitas vezes acompanhada por um discurso conservador individualista, desvinculado da luta coletiva. Observou que esse discurso ecoa tanto no mundo corporativo quanto no religioso, dificultando a comunicação com parcelas da nova classe média negra. Destacou a importância das redes sociais na formação de narrativas e a necessidade de novos formatos de comunicação por parte da esquerda.

    Religiosidades e Disputa de Valores nas Periferias

    Paulo Gracino Júnior analisou o crescimento do conservadorismo evangélico como um fenômeno vinculado à realidade das periferias. As igrejas ocupam um papel de liderança social e política, oferecendo pertencimento, discurso moral e respostas simples para problemas complexos. O atravessamento do discurso neoliberal no campo religioso dificulta a adesão a projetos coletivos. Gracino defendeu que é possível reconectar parte dessa base com o campo progressista, desde que se entenda sua lógica interna e territorial.

    O debate teve coordenação de Carolina Maria Ruy e comentários de Fabio Palácio.

    A íntegra de todos os debates está disponível na TV Grabois.

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