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    Cultura

    Grabois e Boitempo celebram Marx e reforçam parceria com livros e debates

    Celebrando os 207 anos de Karl Marx, evento reafirma o papel estratégico da luta de ideias e da produção teórica na parceria entre Grabois e Boitempo

    POR: Walter Sorrentino

    3 min de leitura

    Mesa de debate da Festa de Aniversário do Marx no Rio de Janeiro (RJ), em 28/06/2025. Foto: João Carlos Carvalho / Arquivo pessoal
    Mesa de debate da Festa de Aniversário do Marx no Rio de Janeiro (RJ), em 28/06/2025. Foto: João Carlos Carvalho / Arquivo pessoal

    No último sábado (28), o Armazém da Utopia, no Rio de Janeiro (RJ), lotou para homenagear o 207º aniversário de Karl Marx. Promovido pela editora Boitempo, com o apoio da Fundação Maurício Grabois (FMG), o encontro atraiu mais de 500 pessoas interessadas em ouvir nomes como Arlene Clemesha, Elias Jabbour, Lívia Miranda e José Paulo Netto, entre tantos convidados.

    O evento debateu temas como o ecossocialismo e a questão ambiental em tempos de aquecimento global, a relação entre o marxismo e o anticolonialismo no contexto do genocídio de Gaza e a luta pelo fim da escala de trabalho 6 x 1. Ou seja, temas estratégicos da luta socialista que dialogam diretamente com a conjuntura atual.

    Essa parceria entre a FMG e a Boitempo não é episódica ou efêmera, mas sim orgânica e de largo alcance. Juntas, as duas organizações já lançaram livros como O marxismo ocidental, de Domenico Losurdo; China: o socialismo do século XXI, de Elias Jabbour e Alberto Gabriele; Para uma ontologia do ser social II, de György Lukács; e Karl Marx e o nascimento da sociedade moderna, de Michael Heinrich — além dos 8 volumes do Arsenal Lênin, série de publicações dos principais livros do revolucionário russo.

    Seguindo os passos de Engels, Lênin e Gramsci, entendemos que, no tempo histórico do capitalismo, a luta de classes se desenvolve de três formas concretas: a luta massas (econômica), a luta institucional (política) e a luta de ideias (teórica). Foi Engels quem primeiro percebeu isso quando registrou, em 1874, que “a luta se conduz em suas três direções: teórica, política e econômico-prática (resistência contra os capitalistas)” (ENGELS, Friedrich. Prefácio de As guerras camponesas na Alemanha. São Paulo: Editorial Grijalbo, 1977, p. 20).

    É justamente sob essa última forma que se insere a importância da parceria entre a FMG e a Boitempo. Aliás, vale lembrar de João Amazonas quando, em 1991, observava que “das três formas de luta de classes — econômica, política, teórica — a que se referia Engels, precisamente a luta teórica ganha maior dimensão nos dias que vivemos” (AMAZONAS, João. Defender e desenvolver a teoria marxista: exigência da época atual. In: Revista Princípios, n. 20, São Paulo: Editora Anita Garibaldi, 1991, p. 39). Desenvolver o marxismo e a teoria do socialismo constitui um dos grandes desafios da esquerda no mundo, e é a isso que se dedica a Fundação Grabois, em ligação com o pensamento progressista.

    Num contexto de alta reprodução social do senso comum e de aprisionamento de ideias agenciado pelas big techs e seus algoritmos, promover concepções de mundo alternativas é radicalizar, subverter e hackear o sistema. Isso é o que a FMG se propõe ao estimular, em seus veículos, a formulação de novos pensamentos de vanguarda e ao patrocinar livros e eventos como esses, em parceria com a Boitempo.

    Walter Sorrentino é presidente da Fundação Maurício Grabois e vice-presidente nacional do PCdoB.

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