Já não resta dúvida de que vivemos em um mundo onde os Estados Unidos não detêm mais a liderança unívoca. O mito de uma ordem mundial unipolar, moldada exclusivamente pelos interesses de Washington, se enfraquece ao passo que transformações materiais profundas reconfiguram o centro de gravidade do poder global. E, no entanto, há quem ainda se espante com o papel crescente da China ou a projeção estratégica dos BRICS.
É justamente sobre isso que nosso curso “China, BRICS e a Nova Ordem Mundial: A Transição Sistêmica” se debruça. Em tempos de confusão e propaganda, oferecer clareza teórica e instrumentos analíticos é uma urgência científica e política. É imperativo para pensar a ordem mundial e o lugar do Brasil.
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Quem apostou que a China seria apenas uma “plataforma de exportação”, uma simples oficina do mundo globalizado, errou feio – sobre o modelo de desenvolvimento chinês e sobre o lugar do país no sistema internacional. Hoje, a China é o centro nevrálgico de uma alternativa sistêmica. O país se converteu num polo tecnológico, científico, geopolítico e civilizacional que desafia os fundamentos do sistema ocidental. É, sem exageros, o epicentro de um Sul Global em movimento, que já não aceita passivamente os ditames do Norte.
E nesse processo, os BRICS não são apenas um bloco diplomático — são a ponta visível do iceberg. Um instrumento de reorganização internacional que atualiza a longa trajetória de resistência e articulação do antigo Terceiro Mundo. A partir desse núcleo emergem novas instituições — como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) ou a iniciativa BRICS+ — que buscam alternativas concretas ao sistema financeiro internacional, historicamente centrado no dólar, no FMI e em suas políticas de austeridade.
Essa transição sistêmica, contudo, não se dá em um vácuo. Ela é tensionada por uma política externa estadunidense cada vez mais reativa, refratária e errática. O retorno de Trump ao poder é mais do que uma conjuntura: é a cristalização das disfunções imperiais que perdem capacidade de produzir consentimento. Os tarifaços, os bloqueios tecnológicos, as sanções unilaterais e os discursos de “segurança nacional” são sintomas de um sistema em crise de legitimidade.
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É nesse cenário que o Brasil se vê desafiado. O debate sobre nossa inserção internacional deixou de ser um tema apenas de diplomatas ou acadêmicos — ele é central para qualquer projeto nacional de desenvolvimento soberano. Como reposicionar o país diante da emergência de uma ordem multipolar? Como defender nossos interesses em meio à disputa entre império e resistência? De que maneira os tarifaços de Trump contra o Brasil podem ressignificar conceitos como soberania e desenvolvimento?

Colunistas do Portal Grabois, Diego Pautasso e Isis Paris Maia, do projeto Fios de China, lançam curso online sobre China e BRICS. Crédito: Divulgação.
Nosso curso oferece ferramentas para compreender as raízes, os desdobramentos e as possibilidades desse novo mundo em gestação. Ao longo de quatro encontros, vamos estudar:
✔️ A emergência do Sul Global e a crise da ordem liberal
✔️ O papel estratégico da China e dos BRICS na transição sistêmica
✔️ A disputa por hegemonia, legitimidade e institucionalidade
✔️ O fim da unipolaridade e os cenários futuros
Serviço
Curso | China, BRICS e a Nova Ordem Mundial: a Transição Sistêmica
O curso online ministrado por Diego Pautasso e Isis Paris Maia, do projeto Fios de China com aulas ao vivo e gravadas.
Datas: 12, 14, 19 e 21 de agosto – das 19h às 22h
Plataforma: Google Meet
Carga horária: 12h
Inclui: Acesso às gravações por 1 ano, material de apoio, grupo de debate e certificado
Valor: R$ 295,00 (em até 12x)
Inscrições até 8 de agosto aqui