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Em entrevista à Rádio Vermelho, o secretário executivo da Escola, Altair Freitas, afirmou que o objetivo é  expor a complexidade dos posicionamentos políticos em voga e os impactos desses no embate político. “O objetivo central para essa abordagem é aprofundarmos coletivamente a compreensão sobre como o povo brasileiro tem se pocisionado diante da intensa e radicalizada disputa sobre os rumos do Brasil desde o primeiro governo Lula e até o processo que conduziu à reeleição da presidenta Dilma neste ano”.

Freitas ainda indica que o Seminário é voltado especificamente para professores (as) da nossa Escola, membros do Comitê Central do PCdoB e dirigentes estaduais que já tenham participado do Curso Nível III, essa etapa do estudo dos comunistas tem caráter de formação continuada e contribui para o reforço teórico, político e ideológico dos principais quadros dirigentes do Partido.

De acordo com ele, os estudos avançados são fundamentalmente um processo de formação continuada dos professores e professoras da Escola Nacional, membros do Comitê Central e quadros dirigentes dos comitês estaduais que tenham passado pela estrutura de cursos nível 1, 2 e 3.

Esse seminário reúne todo ano um público muito estável. “Nós temos uma faixa de aproximadamente 80 a 90 quadros do Partido, que participam desse trabalho, que é uma processo de aprofundamento da formação teórica, ideológica e  politica dos professores da Escola. É um trabalho de reforço intelectual e de aprofundamento dos debates”. Segundo Freitas, isso tem uma dimensão muito importante para o partido e para esses quadros, tanto para a Escola Nacional, quanto para os membros do comitê central que têm participado disso.

Escolha da temário no cerne do debate politico nacional

“Todo ano nos elencamos um tema fundamental”, enfatiza Freitas. Nos dois primeiros seminários foi trabalhado o tema da crise econômica internacional, a crise do capitalismo. “Buscamos nos aprofundar sobre os efeitos da crise do capitalismo no Brasil de hoje, desde o primeiro governo Dilma, e como isso vem se refletindo na economia nacional e seus impactos”, explicou.

Nesse terceiro seminário, ele diz que o Partido quer ter uma visão mais profunda sobre o que foi que aconteceu na eleição e 2014. “A gente viu que foi uma eleição polarizadíssima com um fenômeno recorrente, mas com uma dimensão diferente em 2014, que foi a ascensão do pensamento conservador e reacionário, que inclusive galvanizou a opinião de um conjunto importante do povo, de trabalhadores e trabalhadoras, que acabaram votando no projeto conservador”, antecipa ele.

Como compreender essas transformações acontecidas ao longo do governo Lula e Dilma? O debate no seminário de estudos avançados buscará penetrar nessa consciência social brasileira, conforme afirma Freitas.

A contribuição da escola para a luta politica travada pelos dirigentes e quadros do partido

Uma característica importante da atividade da Escola, segundo ele, é que, como tem sempre trabalhado com “temas de ponta”, “os mais complexos da dinâmica social do Brasil e do mundo”, a atividade nos cursos do âmbito do nível três e particularmente nos estudos avançados trabalha com o que há de mais novo e recente. “Isso ajuda a própria direção nacional do PCdoB a observar melhor esses fenômenos, tirar conclusões mais aprofundadas. Então, a escola tem cumprido esse papel, não de dirigir propriamente o trabalho do Comitê Central, mas elaborando subsídios e municiando nossos quadros com um conjunto de elaborações e reflexões, levantando dados concretos. Isso tem contribuído, na nossa opinião e do próprio Comitê Central, que trata-se de um trabalho conjunto, de sinergia, que ajuda muito do ponto de vista da elaboração da politica mais geral do partido nos últimos anos”.
Os quadros que participam sistematicamente desse processo, com toda certeza, são quadros que saem de cada rodada dessas mais consistentes do ponto de vista do seu trabalho politico, garante o secretário executivo da Escola.

Outras atividades

“Temos um trabalho permanente de desenvolvimento dos cursos na base do partido junto a militância. Principalmente quando se sai de um processo eleitoral, como agora em 2014, é natural que o partido em vários municípios e estados tenha crescido do ponto de vista do seu tamanho, da sua militância, do numero de filiados. Esse pessoal precisa receber e ter espaço para compreender melhor a política do partido”.

Por este motivo, apontado por Freitas, a orientação geral é que os comitês municipais e estaduais continuem desenvolvendo cursos do programa socialista, o curso de iniciação ao marxismo-leninismo e o curso de nível dois e três. “Não vamos fazer o curso de nível três no verão, mas no inverno. Vamos convocar o curso de nível três formalmente no encontro nacional, que será em julho, e tem sempre aquela formatação de cento e poucos quadros que passaram pelo nível um e dois, quadros representando os diversos comitês estaduais do partido no brasil”.

“Assim, temos uma agenda nacional, e apresentamos aos comitês estaduais uma linha de orientação para que os cursos da Escola permaneçam sendo desenvolvidos ao longo do ano, conforme a característica de cada comitê e a agenda política de cada estado”, concluiu.

Abaixo, a programação a ser desenvolvida durante o III Seminário.

Dia 30 de janeiro – 19 horas

Conferência de Abertura: Significado e alcance da quarta vitória do povo brasileiro e desafios dos movimentos sociais e do PCdoB na luta pelo Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento Conferencista: Renato Rabelo – Presidente Nacional do PCdoB

Dia 31 de janeiro (Sábado)

9 horas – 1ª mesa: As bases sociais do atraso e das mudanças.

1. A burguesia e as camadas médias urbanas: nova classe média ou ampliação das classes trabalhadoras? – Waldir Quadros – Economista, professor da UNICAMP

2. A quem interessa o neo-desenvolvimentismo? Qual a base social (de classe) do novo projeto nacional de desenvolvimento? – Olival Freire Jr. – Doutor em Física e professor da Universidade Federal da Bahia
14 horas – 2ª mesa: A Mídia, Redes e Movimentos Sociais: mitos e realidade.

1. Limites da manipulação midiática e estratégias da democratização da comunicação – Altamiro Borges – Jornalista, Secretário Nacional para assuntos de mídia do Comitê Central do PCdoB

2. Movimentos sociais entre a tradição e a renovação: a luta nas redes sociais e nas ruas e o significado de junho de 2013 – Sérgio Amadeu – Doutor em ciência política e professor da Universidade Federal do ABC

3. A contradição subjetividade-objetividade e a relação indivíduo-sociedade na comunicação e na luta de ideias – Madalena Guasco Peixoto – Doutora em Educação, professora da PUC/SP

Dia 1 de fevereiro (Domingo)

9 horas Conferência de Encerramento: Consciência social e ação política e ideológica – Conferencista: Dermeval Saviani – Doutor em filosofia da educação e professor da UNICAMP