Acordo da Alba para consolidar soberania e avançar ao Socialismo
Como encerramento da 19ª Cúpula do bloco, fundado em 2004, realizada no teatro Teresa Carreño, desta capital, os chefes de Estado e de Governo de Antígua e Barbuda, Bolívia, Cuba, Dominica, Equador, Nicarágua, São Vicente e Granadinas e Venezuela ratificaram esses objetivos mediante o documento intitulado “Manifesto de Caracas Consolidando a Nova Independência”.
Através do texto, os dirigentes consideraram que a consecução das metas traçadas passa pela justiça plena e liberação do intervencionismo estrangeiro que leva à submissão dos mandatos imperiais.
Também expuseram a decisão de continuar promovendo a defesa dos direitos humanos, do meio ambiente e da construção duma base econômica independente, desenvolvida e socialista. O documento reflete também a decisão de constituir os países da ALBA como um espaço de igualdade, bem-estar social e superação da pobreza.
Além disso, mediante o Manifesto, fixou-se a convocatória à Cúpula ALBA-TCP com autoridades indígenas e afro-descendentes, prevista em Imbabura, Equador, nos dias 3 e 4 de junho próximo. Destacaram também a decisão de criar a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos e ofereceram seu apoio à Venezuela como sede em 2011 duma cúpula para materializá-la.
Previamente, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, inaugurou a 9ª cúpula extraordinária da ALBA com palavras de boas-vindas a seus colegas da Bolívia, Evo Morales; Cuba, Raúl Castro; Nicarágua, Daniel Ortega; Equador, Rafael Correa e aos primeiros-ministros Ralph Gonsalves, de São Vicente e Granadinas; Roosevelt Skerrit, de Dominica e Baldwin Spencer, de Antígua e Barbuda.
Ao refletir sobre a transcendência da ALBA, assegurou que “é uma alternativa” para conseguir a verdadeira independência.
“Por isso temos que cuidá-la (à ALBA) protegê-la e avançar em seus planos e projetos; na demora está o perigo, não podemos demorar-nos”, expressou o líder da Revolução Bolivariana.
Nesse sentido, destacou a necessidade dos presidentes e chefes de Governo, assim como os povos da ALBA, de cuidar e defender o organismo de integração regional, das constantes ameaças que recebe do império e dos governos subordinados aos EUA.
Da mesma maneira, assinalou que se deve continuar exigindo com muita firmeza o fim do bloqueio a Cuba e a libertação dos Cinco heróis cubanos seqüestrados no império.
Por sua parte, ao falar no magno encontro, o presidente equatoriano, Rafael Correa, exortou á conquista da verdadeira soberana da América Latina.
“Há 200 anos, os libertadores nos deram a independência política; as nações do continente têm que ganhar agora a independência econômica, cultural, social, científica, tecnológica”, asseverou o dignitário em seu discurso.
Por sua vez, o presidente boliviano Evo Morales, argumentou que a melhor bandeira de luta contra o capitalismo irresponsável e a industrialização irracional é defender a mãe terra, que nós, os indígenas chamamos de Pachamama, precisou Morales.
A respeito disso, destacou a importância da Primeira Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança Climática, que será inaugurada na terça-feira, dia 20, em Cochabamba, Bolívia, com a presença de 22 mil assistentes registrados até agora.
Falando sobre o encontro, concluído na madrugada, o presidente Daniel Ortega apontou que, enquanto avança a iniciativa de cooperação e integração da ALBA, o império conspira e provoca para tratar de liquidá-la.
Destacou que o novo modelo busca dar poder real ao povo e torná-lo sujeito produtivo para o desenvolvimento, saindo da pobreza.
Indicou que atualmente esta é a luta dos povos da América Latina e do Caribe, como há 200 anos foi o campo de batalha pela independência das nações.
O primeiro-ministro são-vicentino, Ralph Gonsalves, instou os países-membros da Aliança Bolivariana a lutarem contra o colonialismo e o imperialismo, seja qual for a forma, e manifestou sua confiança em que a gente de seu país e a região entenda que a ALBA é a raiz para sair do subdesenvolvimento (…) “É uma causa que não se pode conseguir com gente que duvide”.
O primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Baldwin Spencer, afirmou perante o fórum que a Aliança será o futuro real da América Latina e do Caribe.
Gostaria de chamar aos que ainda duvidam para que despertem para a realidade: devemos fazer parte deste movimento grandioso e nobre, sentenciou.
Spencer comentou que, apesar das pressões e das campanhas hostis, mantém a decisão de continuar fazendo parte deste mecanismo integrador.
Perante as delegações oficiais e os convidados, o primeiro-ministro de Dominica, Roosevelt Skerrit, exigiu do governo estadunidense que pusesse fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro que desde 1962, pratica contra Cuba.
Esse bloqueio é injusto e incorreto e deve suspender-se, afirmou o dignitário para quem, se Barack Obama quer passar à história como o melhor presidente norte-americano, deve terminar com essa medida unilateral.
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Fonte: jornal Granma