Figuras do Movimento Operário: Clara Zetkin — A Vida e os Ensinamentos de Uma Revolucionária
A ATIVIDADE de Clara Zetkin, companheira de armas de Engels, Lênin e Stálin, constitui um exemplo de luta heróica pela causa do comunismo.
A União das Mulheres Alemãs editou um volume dedicado à vida e à atividade de Clara Zetkin. Nele se apresenta uma curta biografia de Clara Zetkin, as lembranças que velhos revolucionários conservam sobre ela, dos membros da União Democrática das Mulheres Alemãs e trechos de suas obras e discursos. O material se acha disposto em ordem cronológica. Trechos de artigos e discursos de Clara Zetkin intercalam-se com os episódios de sua vida. O livro em seu conjunto nos apresenta uma imagem viva dessa notável mulher, de “uma revolucionária marxista convicta, ativa e inflamada que dedicou toda a sua vida à luta pela causa da classe operária, à luta pela vitória do socialismo em todo o mundo”(1) como se referiu a ela N. K. Krupskaia, que a conheceu intimamente.
O prefácio ao volume assinala, com toda justeza, que as questões nele tratadas são atuais para milhões de mulheres alemãs que lutam pela independência de sua pátria e pelo seu desenvolvimento democrático.
“As suas palavras e as suas ações despertavam em milhões a vontade de luta. E hoje, quando nós, na zona soviética, temos a possibilidade de forjar o nosso destino como as nossas próprias mãos, as suas palavras e as suas ações infundem esperança e fé nas nossas forças”.
A vida de Clara Zetkin se acha indissoluvelmente ligada à história da luta do proletariado internacional. Por mais de meio século ela permaneceu nas fileiras de vanguarda do movimento operário da Alemanha e dirigiu o movimento feminino proletário internacional. Inteiramente dedicada à causa da classe operária, Clara Zetkin combinava em si mesma um temperamento revolucionário inabalável e uma formação profundamente marxista.
As etapas fundamentais da vida de Clara Zetkin se acham descritas na sua curta biografia de maneira suficientemente ampla e inteiramente correta. Mas há também algumas falhas sérias. Assim, ao descrever a atividade de Clara Zetkin, por ocasião do primeiro Congresso da II Internacional em Paris em 1889, o autor da biografia, G. Meyer Gepner, silencia sobre o fato de que nesse Congresso Clara Zetkin se encontrou, pela primeira vez, com Engels. É sabido que esse encontro influenciou profundamente toda a atividade ulterior de Clara Zetkin.
Em carta à Lafargue, Engels assinalou a alta qualidade dos artigos de Clara Zetkin na imprensa socialista:
“Clara Zetkin escreveu um excelente artigo no “Berliner Volks-Tribune”; se tivéssemos tão clara exposição dos fatos três meses atrás, muito lucraríamos então”.(2)
É de se lamentar que também esse interessante fato não seja citado na biografia.
Clara Zetkin teve a felicidade de trabalhar sob a direção dos grandes gênios do socialismo, Lênin e Stálin.
O autor da biografia assinala, com justeza, a ligação estreita entre Clara Zetkin e o movimento revolucionário russo que lhe serviu como fonte de força combativa e modelo de fidelidade ao marxismo revolucionário. Já em 1878, ao terminar o professorado em Leipzig, a jovem Clara Eisner se fez membro de um círculo de estudantes revolucionários russos. Nesse círculo estudava as obras de Marx e Engels e ouvia as conferências de Wilhelm Liebknecht. Um dos participantes desse círculo foi o professor Ossip Zetkin, emigrado russo, posteriormente marido de Clara.
A partir de 1920, e até o fim de sua vida, Clara Zetkin viveu principalmente em Moscou viajando apenas de vez em quando à países estrangeiros .
Clara Zetkin atuava incansavelmente como propagandista e agitadora, escrevendo muitos livros e artigos sobre a significação da União Soviética para o movimento operário revolucionário em todo o mundo. A ativa participação de Clara Zetkin nos trabalhos da Organização Internacional de Ajuda aos Revolucionários (O.I.A.R.) e na organização de uma frente única de solidariedade proletária constitui um dos seus méritos ante o movimento operário internacional. Foi eleita e sistematicamente reeleita presidente do Comitê Executivo da O.I.A.R., desde 1924 até os seus últimos dias.
Acha-se perfeitamente esclarecido, na biografia em questão, o papel de Clara Zetkin como organizadora do movimento feminino internacional. Zetkin tratou da questão da igualdade de direitos das mulheres do ponto de vista marxista e a ligou à luta comum do proletariado pela derrocada do regime burguês. Nos seus numerosos artigos e discursos sobre a questão feminina Zetkin sempre frisava a imensa diferença entre os participantes do movimento feminino proletário e as “feministas” burguesas que pregavam a renúncia à luta de classes.
“Todo o palavreado relativo à grande “irmandade” que liga os interesses das damas burguesas aos interesses das proletárias se desfez como bolha de sabão ao sopro da concepção materialista” – escreveu Zetkin na revista “A Igualdade”, habilmente transformada por ela em centro organizador do movimento proletário feminino.
São citadas na biografia as interessantes lembranças da escritora Lu Merten sobre o fato de que na revista “Igualdade” eram transcritas as as obras de Máximo Gorki e de Martin Anderson Nexo. Zetkin apreciava o talento desses escritores já na época em que davam os seus primeiros passos na literatura.
Clara Zetkin, no congresso socialista internacional realizado em 1912 na cidadã de Basiléia, convocado por motivo da guerra dos Bálcãs e da ameaça de uma guerra mundial, conclamou as mulheres trabalhadoras à luta decidida contra os fomentadores da guerra imperialista. Reproduz-se na biografia o excelente discurso de Clara Zetkin no congresso de Basiléia sob o título “Clara Zetkin lança um apelo às mães de todo o mundo”. Afirmou Clara Zetkin nesse discurso que não se concebe um movimento de massas pela paz sem a participação das mulheres proletárias e que a paz estará assegurada somente quando uma esmagadora maioria das mulheres de todo o mundo aderirem à luta pela causa da paz, pela causa da liberdade e da felicidade da humanidade, sob a palavra de ordem de “Guerra à Guerra!”.
Na época da primeira guerra mundial, Clara Zetkin foi encarcerada por longo período, pelo governo de Guilherme II, por causa da sua atividade revolucionária. O nome de Clara Zetkin se tornou símbolo, para milhões de mulheres trabalhadoras de todo o mundo, de luta revolucionária contra o regime capitalista e a guerra imperialista.
Observa-se na biografia que Clara Zetkin participou com o maior entusiasmo da construção do Estado Soviético “que de maneira perfeitamente clara apontava o caminho para uma autêntica libertação dos trabalhadores” Cabe-nos, entretanto, frisar que o autor da biografia se utilizou de maneira insuficiente dos materiais que dizem respeito à variada e febril atividade de Clara Zetkin na Rússia Soviética.
Clara Zetkin estudou atentamente a vida das mulheres na U.R.S.S. Clara notou que a luta heróica das mulheres trabalhadoras na Rússia pela ditadura do proletariado deveria servir de exemplo convincente e de lição para as mulheres de todo o mundo. Zetkin se interessava particularmente pela emancipação das mulheres do Oriente soviético. Em 1926 empreendeu uma viagem pela Transcaucásia, escrevendo logo após o livro “O Cáucaso em fogo”. Nesse livro divulgou entre amplas massas dos países estrangeiros as conquistas das mulheres libertadas das repúblicas nacionais soviéticas. Contava empreender também uma viagem à Ásia Central a fim de estudar a situação das mulheres muçulmanas que haviam atirado fora o “parandjá” e adquirido a possibilidade de participar ativamente em todos os setores da construção socialista. Uma moléstia grave impediu-a, porém, de realizar essa viagem.
Em 8 de março de 1933 o governo da U.R.S.S. concedeu à Clara Zetkin a Ordem de Lênin pelo seu grande e abnegado trabalho no setor da educação comunista das trabalhadoras e camponesas. É de se lamentar que a biografia não mencione nem esse fato e nem a brochura de Zetkin sob o título: “O testamento de Lênin às mulheres de todo o mundo”. Lênin exerceu grande influência sobre o desenvolvimento de Clara Zetkin. Foi o seu mestre e inspirador ideológico na luta pela causa da classe operária, na luta contra o oportunismo pequeno-burguês e contra o reformismo dos chefes da Segunda Internacional.
Nas suas “Recordações sobre Lênin”, das quais a biografia reproduz trechos, Clara Zetkin o denomina “inesquecível chefe e amigo”.
Tendo mencionado o primeiro encontro de Vladimir Ilitch com Zetkin 1907 no congresso socialista internacional em Stuttgart o compilador deixou escapar um lamentável erro: ao invés de “em Stuttgart”, se diz erroneamente, por duas vezes, na página 47, “em Copenhague”. Os autores do volume deixaram de fazer qualquer referência à luta contra os oportunistas por ocasião do Congresso de Stuttgart que Zetkin travou sob a direção de Lênin. Os autores do volume também não se utilizaram das obras de Lênin em que este por mais de uma vez menciona a atividade de Zetkin. É sabido que Lênin tinha Clara Zetkin em alta consideração pela sua ousada e firme luta nas fileiras da Segunda Internacional de antes da guerra contra os oportunistas e os centristas.
Após a vitória da Grande Revolução Socialista de Outubro na Rússia Lênin por mais de uma vez afirmou que todos os melhores social-democratas alemães, como Clara Zetkin e Franz Mehring, seguiam os ensinamentos dos bolcheviques. Lênin declarou, em seu informe apresentado ao V Congresso dos Soviets de Toda a Rússia, realizado em 5 de julho de 1918:
“A União de todos os trabalhadores, através de todas as dificuldades se fortalece, amplia-se e cresce não somente na Rússia, mas também em todo o mundo. . . O governo bolchevique recebe constantemente a expressão do reconhecimento e a expressão da simpatia e do apoio dos socialistas alemães e de outras pessoas cujos nomes são conhecidos de todos os trabalhadores e camponeses, como Clara Zetkin e Franz Mehring”(3).
Faltam também à compilação artigos de Clara Zetkin sobre Lênin publicados na imprensa soviética como, por exemplo, o excelente artigo “Um político revolucionário genial e realista”, escrito por Zetkin por ocasião da morte de Lênin(4).
Intrépida Lutadora Pela Paz e Contra o Fascismo
A SEGUNDA parte do livro coloca em primeiro plano a atividade de Clara Zetkin como lutadora pela paz, contra o fascismo e os fomentadores de guerra. Um dos maiores méritos de Clara Zetkin é a sua luta incansável contra os incendiários das guerras imperialistas, luta contra a guerra, que os fascistas preparavam, contra a União Soviética. Os seus trabalhos contra os fomentadores de guerra ressoam com grande força também em nosso tempo, quando o perigo de uma nova guerra imperialista ameaça novamente as massas trabalhadoras de todo o mundo.
Em excelente artigo a propósito do Congresso Internacional Anti-Guerreiro, realizado em 1932 em Amsterdã, em ligação com a invasão da China pelos imperialistas japoneses, Clara Zetkin escreveu:
“Às criminosas destruições dos imperialistas deve se opor a vontade granítica das massas amantes da paz… O Congresso Anti-Guerreiro unifica muitas centenas de seus representantes, homens e mulheres, fortalece as suas ligações com os trabalhadores de todas as profissões e países que anseiam pela paz e chama à luta decidida novas massas que ainda não despertaram e ainda vacilam”.
Clara Zetkin frisou, no mesmo artigo que os trabalhadores de todos os países manifestam a sua integral solidariedade ao povo chinês que luta pela sua independência.
“Sabemos que a luta intrépida dos trabalhadores e estrangeiros trará a liberdade e a paz também para nós”.
Clara Zetkin escreveu na luta contra uma nova guerra imperialista os trabalhadores de todo o mundo devem se apoiar na União Soviética. O exemplo da União Soviética, da Grande Revolução Socialista de Outubro, a vitória sobre a intervenção estrangeira nos anos da guerra civil e a construção socialista, que se desenvolve vitoriosamente, testemunham o fato de que o proletariado já se acha maduro para construir uma sociedade nova, socialista, livre da exploração do homem pelo homem — afirmou Clara Zetkin.
Clara Zetkin a partir de 1920 foi deputada ao Reichstag, representando o Partido Comunista da Alemanha. Em discurso pronunciado em 30 de agosto de 1932 no Reichstag expressou as esperanças e as reivindicações do proletariado alemão. O texto integral desse notável discurso acha-se reproduzido na compilação. Vilma Heggert, esposa de F. Heggert, que se achava presente nessa sessão do Reichstag, escreve nas suas memórias:
— “Não podemos nos esquecer de Clara Zetkin: “Clara Zetkin pronunciou o seu último grande discurso no Reichstag contra o fascismo. Já se achava em idade avançada e quase inteiramente cega. Mas o seu discurso foi tão ardente como o eram nos anos da sua juventude, e na profundeza dos seus olhos quase cegos ainda brilhava o fogo da inspiração. Ao lado de Clara Zetkin se achava alguém com o texto do discurso nas mãos, mas Clara Zetkin não necessitava de discursos escritos. As palavras fluíam dos seus lábios espontaneamente e o seu discurso provocou sobre todos os presentes uma profunda e comovente impressão”.
Clara Zetkin afirmou que o único caminho de se evitar guerras imperialistas é o caminho que nos aponta a revolução russa. A Grande Revolução Socialista de Outubro na Rússia demonstrou que os trabalhadores têm forças suficientes para derrotar todos os seus inimigos:
“As manifestações de milhões de trabalhadores, homens e mulheres, na Alemanha, contra a fome, a privação dos seus direitos, e as atrocidades fascistas e as guerras imperialistas constituem uma manifestação da inquebrantável solidariedade dos trabalhadores de todo o mundo. Essa solidariedade internacional deve se transformar numa solidariedade de luta firme e monolítica das massas trabalhadoras em todos os países capitalistas, em solidariedade de luta junto com a vanguarda dos nossos irmãos e irmãs da União Soviética, com os quais devemos nos unir de maneira ainda mais estreita”.
A subida dos fascistas ao poder significou a preparação de uma nova guerra mundial. Clara Zetkin, demonstrando uma grande capacidade de análise e previsão, pôs a nu a situação que se criara. Nem a doença, nem a velhice quebravam a sua força de vontade e seu entusiasmo eternamente jovem. No último ano de sua vida escreveu a brochura “A guerra imperialista contra os trabalhadores — os trabalhadores contra as guerras imperialistas”. Nessa brochura fez uma profunda análise da situação internacional e conclamou os trabalhadores de todo o mundo a empreenderem, unidos, uma ofensiva contra o fascismo e os incendiários de guerra.
“O cerco internacional e a destruição do Estado soviético pela força armada — tal é o objetivo dos governos burgueses, a que querem chegar custe o que custar”.
Clara Zetkin frisava em sua brochura que a União Soviética é a primeira e única potência que defende realmente a paz.
Clara Zetkin apelava para os povos dos países capitalistas no sentido de que não se deixassem enganar pela Liga das Nações e não dessem crédito aos pactos de não agressão concluídos pelos seus governos, uma vez que o objetivo real dos imperialista era atacar a União Soviética:
“O capitalismo mundial pela sua própria natureza não pode se conformar— e particularmente na situação atual — com a circunstância de que o seu poder explorador é objeto da mais tenaz repulsa nas fronteiras de um país de proporções tão colossais como a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas com a sua população de milhões, a diversidade das suas características geofísicas e suas imensas riquezas”.
Os social-chauvinistas De Bruker, Jouhaux, Hilferding e outros, sob a máscara de frases hipócritas sobre a defesa da civilização, justificaram as guerras imperialistas por ocasião da conferência do Comitê Executivo da Segunda Internacional realizada em Zurique em maio de 1932. Hilferding afirmou, nessa conferência, que:
“a queda do imperialismo nipônico constituirá um grande golpe contra a social-democracía”.
Zetkin conclamava os trabalhadores a assimilarem as lições da história e a se manifestarem, em frente única, contra os fomentadores de guerra e privá-los de todos os meios e possibilidades para a realização de suas criminosas intenções.
“A luta contra a guerra imperialista diz respeito a todos nós, pois trata-se da luta pela grande causa de nossa libertação. Essa luta somente poderá conquistar a vitória numa frente única de aço, nacional e internacional, de todos os trabalhadores” — declarou Clara Zetkin.
Os autores frisam, em prefácio aos trechos da brochura de Clara Zetkin “As “guerras imperialistas contra os trabalhadores — os trabalhadores contra as guerras imperialistas”, que a União Soviética se tornou o único pais que incondicionalmente defendia e continua a defender, na sua política interna e externa, os interesses dos trabalhadores e o fortalecimento da paz.
O último artigo da compilação é constituído de recordações da presidente da União das Mulheres Democráticas da Alemanha, Elli Schmidt, sobre a morte de Clara Zetkin. Morreu em Arkangel, Moscou, em 20 de junho de 1933, aos 76 anos de idade. Em 22 de junho realizaram-se os seus funerais na Praça Vermelha em Moscou. Os camaradas Stálin, Molotov, Voroshilov e Ordjonikdzie transportaram a urna com as cinzas de Clara Zetkin da Casa dos Sindicatos para a Praça Vermelha. A urna foi colocada em um nicho cavado numa das paredes do Kremlin perto do mausoléu de Lênin.
“Eu me encontrava na Praça Vermelha, — escreve E. Schmidt — profundamente comovida pela grandeza dessa mulher, em culto à cuja memória se demonstrava tanto amor, respeito e dedicação”.
Não podemos deixar de manifestar a nossa satisfação em face da iniciativa de se publicar, na República Democrática Alemã, materiais sobre a vida e a atividade de Clara Zetkin. Toda a vida de Clara Zetkin é um exemplo brilhante para as massas trabalhadoras da Alemanha. O nome de Clara Zetkin se tornou, para os povos de todo o mundo, um símbolo de luta revolucionária contra o regime capitalista e contra as guerras imperialistas, um símbolo de mobilização do proletariado internacional em defesa da U.R.S.S. e da construção socialista. Acham-se refletidas, materiais da compilação, a vida e a luta dessa notável filha do povo alemão, mostra-se aí a sua estreita ligação com o movimento revolucionário russo e citam-se preciosos trechos de suas obras. Despertam vivo interesse e estão descritas com grande calor as recordações dos membros da União Democrática das Mulheres Alemães que conheceram pessoalmente Clara Zetkin.
Há, porém, no livro erros e omissões. A sua maior falha é representada pela ausência das declarações de Lênin sobre Clara Zetkin e pela ausência de materiais publicados pela imprensa soviética. Não se utilizou um documento tão precioso como o é a saudação feita a Clara Zetkin pelo Comitê Central do P. C. (b) da U.R.S.S. no dia da comemoração do seu 75.° aniversário. Julgamos indispensável reproduzir aqui o texto dessa homenagem:
“O Comitê Central do Partido Comunista (b) da U.R.S.S., à camarada Clara Zetkin.
O Comitê Central do Partido Comunista (b) da U.R.S.S., envia uma calorosa saudação bolchevique, no dia do seu 75.° aniversário, a uma veterana do movimento operário internacional, intrépida porta-voz da revolução proletária, à mais antiga dirigente da Internacional Comunista, à amiga e companheira das massas trabalhadoras da U.R.S.S. e à lutadora pela libertação da mulher trabalhadora. Companheira de armas de Engels, lutastes incansavelmente contra o oportunismo na Segunda Internacional e com toda a força da vossa grande inteligência e de vossa paixão revolucionária vós vos erguestes contra as opiniões de Bernstein, contra o revisionismo. Nos dias em que deflagrou a guerra mundial, quando os chefes da Segunda Internacional se deixaram vergonhosamente atrelar ao carro do imperialismo, vós, na companhia de Lênin, na companhia de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, levantastes bem alto a bandeira do internacionalismo proletário. Estivestes conosco também nos dias de Outubro e nos dias da guerra civil quando a contra-revolução mundial tentava sufocar o primeiro Estado Proletário do Mundo. Abnegada amiga da U.R.S.S., encontrai-vos sempre no posto de combate quando o inimigo ameaça o país dos Soviets. O Comitê Central do Partido Comunista (b) da U.R.S.S. manifesta os seus votos de felicidade e a firme certeza de que lutareis, ainda por muitos anos, nas primeiras fileiras da Internacional Comunista.
C. C. do P. C. (b) da U.R.S.”(5)
Aos dirigentes da República Democrática Alemã, cabe uma tarefa honrosa — coligir todo o material existente sobre a vida e a luta de Clara Zetkin. Não podemos deixar de manifestar os nossos votos no sentido de que essa primeira e feliz iniciativa seja completada por uma nova edição com o aproveitamento dos materiais elaborados por Lênin e outros de fonte soviética. A obra que temos diante de nós, porém, mesmo na forma em que se acha, será de grande utilidade e merece ser lida por todos.
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Notas:
(1) N. K. Krupskaia. Clara Zetkin, pág. 5, edição russa, 1933, Moscou.
(2) K. Marx e F. Engels — Obras, tomo XXVIII, página 114, edição russa, Moscou.
(3) V. I. Lenin – Obras, tomo XXVII, pág. 486, 4ª ed. russa, Moscou.
(4) “Pravda”, 24-1-1924, Moscou.
(5) “Pravda”, de 5 de julho de 1932, Moscou.