Camaradas:

Hoje, quando existem as premissas materiais e de organização, para elevar verticalmente a agricultura, tudo depende de uma justa direção da capacidade dos órgãos do Partido, dos Soviets e da agricultura para assegurar com um trabalho tenaz de organização o cumprimento das decisões adotadas pelo Partido.

Em qualquer zona da União Soviética, em iguais condições climatéricas e de qualidade da terra, há colcoses avançados, intermediários e atrasados. Isto quer dizer que a questão reside no nível de direção da economia, sobretudo na seleção dos presidentes dos colcoses, chefes de brigada, agrônomos e zootécnicos, dos diretores da EMT e sovcoses e de outros trabalhadores, destinados a ser os organizadores da produção agrícola. Por isto, a seleção do pessoal e a melhoria da direção é o que resolve hoje a tarefa de continuar elevando a agricultura socialista.

O bom desenvolvimento de nossa agricultura exige uma melhoria radical do trabalho dos organismos agrícolas centrais e locais. Nosso aparelho soviético deve estar enraizado na produção, deve submeter todo o seu trabalho aos interesses desta. Correspondem a estas necessidades a estrutura orgânica e o trabalho prático dos ministérios da Agricultura, dos sovcoses e do Aprovisionamento? Não, não correspondem. Sua estrutura ainda é volumosa e burocrática. Não necessitamos ter na capital um aparelho que substitua os órgãos locais.

Que funções devem continuar desempenhando nas condições atuais os ministérios agrícolas? A planificação a longo prazo, o financiamento, o abastecimento e o controle do Estado sobre o cumprimento das tarefas fixadas pelo Governo. Uma tarefa importantíssima dos Ministérios da Agricultura e dos sovcoses é estudar e difundir a experiência de vanguarda e aplicar na produção as novíssimas conquistas das ciências. Para cumprir essas funções necessita-se nos ministérios de um aparelho pequeno, mas altamente qualificado. Daqui que a tarefa consista em reduzir ao máximo esse aparelho e torná-lo o mais simples possível, em colocá-lo de acordo com as mudanças operadas.

E como vão as coisas no que se refere ao aparelho encarregado do aprovisionamento? A cada colcós correspondem vários representantes para fazer o aprovisionamento de uns e outros produtos. São necessários? Não, não são necessários. Em nosso Estado socialista tudo está determinado pelos planos, que os colcoses e sovcoses cumprem a seu tempo e sem esperar as indicações dos funcionários do aprovisionamento. Seria necessário, por isto, limitar as funções do Ministério do Aprovisionamento às questões relativas ao desenvolvimento dos grandes depósitos de cereais e da indústria de farinha, à conservação e recepção dos cereais e outros produtos. A direção cotidiana do aprovisionamento deve ser entregue às EMT, utilizando na produção, as centenas de milhares de funcionários do aprovisionamento.

Na atualidade, nosso Estado socialista tem plena possibilidade de garantir pessoal altamente qualificado para todos os setores da agricultura. Em 1955 trabalhavam na agricultura mais de 400.000 especialistas com instrução superior e média especial. Ao fixar os planos de preparação de especialistas é necessário partir de que, num futuro próximo, à frente das brigadas agrícolas e de tratoristas devem figurar agrônomos e mecânicos e à frente das granjas pecuaristas, zootécnicos.

Para melhorar seriamente a direção da agricultura é necessário fazer que nossos quadros se preocupem mais com as questões econômicas, de diminuir o gasto de trabalho na produção. V. I. Lênin dizia já nos primeiros anos do Poder Soviético aos dirigentes: “aprendam a calcular”. Se isto era importante quando nascia nosso Estado, é cem vezes mais importante hoje, quando estamos resolvendo o problema de alcançar e ultrapassar os principais países capitalistas na produção per capita.

Os dados de que dispomos demonstram que em nosso país se emprega muito mais trabalho que nos Estados Unidos na produção de cada quintal métrico de leite e de carne. Em consequência, na agricultura da URSS está ocupada maior parte da população que nos Estados Unidos. É natural que não possamos seguir às cegas o exemplo norte-americano. Ali, uns enriquecem às custas da ruína de outros. Basta recordar que de 1940 a 1954, isto é, em 14 anos, nos Estados Unidos arruinaram-se cerca de 1.300.000 granjeiros, que perderam a terra e se transportaram com suas famílias às cidades em busca de trabalho na indústria ou se converteram em “granjeiros vagabundos”, que vão de um Estado a outro em busca de teto e comida. Só nos últimos quatro anos, segundo dados dos censos agrícolas, o número de granjas nos Estados Unidos reduziu-se em 600.000. O granjeiro forte, possuidor de uma empresa capitalistas, vê na mão-de-obra uma fonte de lucros. Se o operário perde a saúde, se não é capaz de dar o máximo de lucros, o capitalista o despede.

Em nosso país, a situação é outra. O colcós é uma fazenda cooperativa. Nela, todos os colcosianos são donos, membros com plenitude de direitos, que repartem entre si o trabalho. E isto é compreensível. Em nossa sociedade socialista tudo está orientado para satisfazer às crescentes necessidades do homem. Os colcosianos não abandonam aquele que não pode trabalhar a pleno rendimento. Por esta razão, inclusive quando o gasto do trabalho por unidade de produção for mais baixo em nosso país que nos Estados Unidos — e isto o conseguiremos — é possível que na URSS o número de habitantes ocupados na agricultura seja algo maior que nos Estados Unidos. É necessário dizer, não obstante, que em nosso país não se utiliza ainda a mão-de-obra com suficiente rendimento. Por isto devemos encarar com espírito crítico nossas obras e.aproveitar tudo de útil que ofereça a experiência do estrangeiro.

Com a aplicação das medidas traçadas pelo Partido, em nossa agricultura criaram-se todas as condições para elevar num brevíssimo prazo a produção agropecuária à proporções que satisfaçam as crescentes necessidades do país. Podemos estar seguros de que os soviéticos, guiados pelo Partido Comunista, cumprirão com honra esta tarefa de vital importância. (Prolongados aplausos.)