3. A Mecanização da Agricultura
Camaradas:
Nossa indústria socialista proporciona à agricultura milhões de máquinas modernas. Com o emprego de nova maquinaria aumenta a mecanização das tarefas agrícolas. Resolvemos o problema da motocultura nos trabalhos agrícolas mais importantes, o que constitui uma grande vitória do povo soviético. Na atualidade coloca-se com todo o vigor a tarefa de passar o mais cedo possível da mecanização de certos trabalhos à mecanização múltipla de toda a produção agrícola, inclusive da pecuária. Nestas condições cresce ainda mais o papel das estações de máquinas e tratores. Nos dois últimos anos foram adotadas diversas medidas para melhorar radicalmente o trabalho das EMT Cerca de dois milhões de tratoristas, condutores de colhedoras combinadas, motoristas, mecânicos para a reparação de máquinas e outros motocultores passaram a ser operários fixos das EMT Foram enviados a elas 29.000 engenheiros e peritos procedentes da indústria. Tudo isso contribuiu para um certo melhoramento do trabalho das EMT Mas não se pode dizer ainda que sua atividade corresponda por inteiro às necessidades atuais.
A experiência demonstra que em todos os ramos da produção socialista tem importância primordial o princípio do autofinanciamento. Apesar disso, este comprovado método de administração não se aplica nas EMT. O atual sistema de financiamento das EMT, sobrecarregando o orçamento do Estado, gera a irresponsabilidade e a falta de controle. Numerosos trabalhadores das EMT não estudam a fundo os índices econômicos do trabalho das mesmas nem mostram o devido interesse por aproveitar bem as máquinas. As EMT são financiadas independentemente dos resultados de seu trabalho; não se faz depender do aproveitamento eficaz das máquinas, do rendimento dos cultivos nem da produtividade pecuária nos colcoses, a recompensa dos trabalhadores das EMT.
Será útil ir passando gradualmente, nos próximos anos, as estações de máquinas e tratores à administração segundo o princípio do autofinanciamento. Está claro que não se pode fixar um sistema único de autofinanciamento com índices iguais para todas as EMT do país. É necessário implantar um sistema flexível de autofinanciamento, tendo em conta as peculiaridades das diferentes zonas e, dentro delas, as peculiaridades dos distritos. Esta medida elevará a atividade dos trabalhadores das EMT e sua responsabilidade pelo aumento da produção agrícola.
Ao mesmo tempo que se melhora o trabalho das EMT é necessário corrigir seriamente a política técnica de nossos ministérios agrícolas e do Ministério da Construção de Tratores e Maquinaria Agrícola. Os dirigentes desses ministérios partem da idéia de que em todo o imenso território do país deve ser empregado o mesmo tipo de tratores, de colhedoras combinadas e de instrumentos agrícolas. Produzem-se os mesmos tratores pesados de lagartas e as mesmas colhedoras de tração mecânica e automotrizes para a zona do Kuban, com suas vastas estepes, e para os pequenos campos do Noroeste ou das Repúblicas do Báltico. Isto não é certo. Chegou a hora de elaborar um sistema de máquinas tendo em conta as peculiaridades das zonas principais do país.
Antes da guerra e nos primeiros anos que a seguiram foram utilizados com grande êxito tratores de rodas nas regiões do Noroeste e em outras regiões. Nos últimos tempos reduziu-se de muito a produção de tratores de rodas. E, no entanto, deles não necessitamos menos, senão mais que dos de lagartas e, ademais, com rodas de pneumáticos, que possuem boa capacidade de manobra. A fabricação e sobretudo o manejo e a reparação desses tratores é mais simples e mais barata.
É necessário, no curso do sexto quinquênio, passar ao emprego generalizado dos instrumentos agrícolas transportados. As usinas devem elaborar e fabricar para os instrumentos rebocáveis que não são susceptíveis de ser transportados (os arados pesados, por exemplo) dispositivos especiais que permitam ao tratorista prescindir de ajudantes. O emprego de utensílios rebocados tornará disponíveis centenas de milhares de ajudantes, reduzirá em 40-50% a quantidade de metal necessário à fabricação dessas máquinas, diminuirá o gasto de combustível e elevará a produtividade do trabalho.
É extremamente importante ampliar consideravelmente a fabricação de máquinas para a colheita diferenciada, a fim de que nas principais zonas cerealíferas se passe nos próximos anos a. esse tipo de colheita.
Deve-se prestar atenção especial à eletrificação dos colcoses, EMT e sovcoses. importantíssima condição para a motocultura. Ainda não empreendemos a solução desse problema com a devida envergadura estatal. E mais, houve uma atitude injusta para com a eletrificação de colcoses e sovcoses. Inclusive ali onde era economicamente vantajoso e não apresentava dificuldades técnicas não se permitia ligar os colcoses e sovcoses com os sistemas energéticos. É preciso que todos os nossos funcionários vejam na eletrificação dos colcoses e sovcoses uma parte inalienável do grande plano de eletrificação do país.
Quando Lênin dizia que era necessário cobrir de centrais elétricas o país, não se referia unicamente aos grandes sistemas energéticos do Estado, mas também à construção de uma vasta rede de centrais elétricas rurais. Como se deve resolver esse problema? Na atualidade, os próprios colcoses e sovcoses edificam pequenas centrais, mas nem sempre têm a possibilidade de solucionar acertada-mente do ponto de vista técnico o problema de eletrificar a produção. É necessário incrementar a construção de centrais elétricas intercolcosianas de distrito e, inclusive, interdistritais. É necessário elaborar projetos de centrais elétricas standard, de acordo com as peculiaridades das distintas zonas do país. As centrais situadas junto às jazidas de gás natural podem utilizá-lo como combustível; outras, a turfa; as terceiras, o carvão de pedra ou o linhito. Em troca, ali onde existam recursos hidráulicos, devem-se construir, naturalmente, centrais hidrelétricas.
Surge esta pergunta: quem e com que meios devem-se construir essas centrais? Seria justo concordar que as construíssem as organizações das repúblicas com dinheiro dos colcoses, baseando-se em princípios cooperativos. E nos planos do Estado deve-se prever o abastecimento de combustível e outros materiais às centrais inter-colcosianas, de distrito e interdistritais.
Não podemos fixar, agora, os prazos necessários para terminar os trabalhos de eletrificação da agricultura. A Comissão do Plano de Estado e os ministérios correspondentes têm o dever de estudar com atenção este problema, pedir às repúblicas e regiões propostas concretas e, à base das mesmas, elaborar e submeter à consideração do Governo um plano de conjunto de eletrificação dos colcoses, EMT e sovcoses.