Inácio Arruda homenageia João Amazonas no Senado
No mesmo ano de 1922, em que essa criança arranjava, em Belém, seu primeiro emprego, no Rio de Janeiro, no dia 25 de março, representantes de trabalhadores de vários pontos do país fundaram o Partido Comunista do Brasil”.
Em 1935, João ingressou no Partido Comunista, influenciado pelas notícias sobre a construção do socialismo na Rússia e depois de assistir a um comício da Aliança Libertadora Nacional (ALN), em Belém. Em 1941, foi preso, junto com Pedro Pomar. Os dois conseguiram fugir da prisão e chegaram à capital federal, onde reorganizaram o partido, na clandestinidade. Com o fim do Estado Novo, o Partido Comunista voltou à legalidade e, em 1945, João Amazonas disputou as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte. Foi eleito deputado constituinte, mas em 1948 teve o mandato cassado diante do cancelamento do registro do partido no ano anterior. Sua atuação parlamentar, ressaltou Inácio Arruda, esteve voltada principalmente para a defesa dos trabalhadores e seus interesses.
No início da década de 60, João Amazonas voltou a reorganizar o Partido Comunista do Brasil, sendo a primeira legenda fora do poder a romper com a nova linha política do Partido Comunista da extinta União Soviética. Entre 1968 e 1972, época do regime militar, Amazonas participou ativamente da resistência armada no Araguaia. Acabou exilado. Quando retornou, retomou a luta política. Esteve nos palanques da campanha “Diretas Já” e nas articulações para redemocratização do país.
Na história mais recente, participou das campanhas de Lula para a Presidência da República, mas morreu em maio de 2002, antes de assistir a eleição do ex-presidente em outubro do mesmo ano. “No ano em que celebraremos os noventa anos do Partido Comunista do Brasil, agremiação partidária mais antiga em atuação no país, relembraremos igualmente a vida, a obra e o exemplo deste brasileiro que nos dignifica a todos”, afirmou o senador.