RECONSTRUÇÃO, LEGALIDADE E EXPANSÃO
A CONFERÊNCIA DA MANTIQUEIRA
Desde 1941, ainda sob forte repressão o Partido começa a se reorganizar. Esse processo culminaria na Conferência da Mantiqueira (1943). Na ocasião são eleitos para o Comitê Central Luiz Carlos Prestes e Carlos Marighella – que se encontravam presos – e toda uma nova geração de dirigentes, entre eles Diógenes Arruda, Pedro Pomar, Maurício Grabois, João Amazonas, Amarílio Vasconcelos, Júlio Sérgio de Oliveira e Mário Alves. A Conferência aprova a consigna União nacional em torno do governo Vargas, que conduzia o esforço de guerra contra o nazifascismo. O Partido logo se envolveria na campanha pela anistia e pela convocação da Assembleia Nacional Constituinte.
A CONSTITUINTE DE 1946
Em 1945 cresce o clamor pela convocação da Assembleia Constituinte. Os comunistas promovem movimento em apoio à causa. Em outubro, um golpe de Estado depõe Vargas. Em dezembro ocorrem eleições para a Presidência da República e a Assembleia Constituinte. Nelas, o general Eurico Gaspar Dutra é eleito presidente. O PC do Brasil elege Prestes senador e mais 14 deputados. O candidato dos comunistas à Presidência, Yedo Fiuza, obtém quase 10% dos votos. A Constituinte é instalada em fevereiro de 1946. A bancada comunista defende a democracia, os direitos dos trabalhadores e a soberania nacional. Emenda apresentada pelo deputado comunista Jorge Amado garante ampla liberdade religiosa, inclusive para os cultos afro-brasileiros.
ANISTIA E LEGALIDADE
Em abril de 1945 a anistia é promulgada e os presos políticos são libertados. Em seguida, o PC do Brasil promove – com a presença de principal líder, Prestes – gigantescos comícios em estádios como o São Januário (RJ) e do Pacaembu (SP). Em novembro, o Partido obtém, finalmente, seu registro oficial. Tem início, para os comunistas, um período de extraordinário prestígio.
CASSAÇÃO E RETORNO À CLANDESTINIDADE
Em janeiro de 1947, nova eleição deixa claro o crescimento do PC do Brasil. Em resposta, recrudesce a repressão. A legenda comunista é cassada; suas sedes são invadidas e fechadas. Em novembro do mesmo ano acontecem eleições municipais. O Partido elege, por outras legendas, centenas de vereadores. Em janeiro de 1948 os mandatos comunistas são cassados.