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    Comunicação

    Pochmann debate o mito da grande classe média

    A Boitempo Editorial promove nesta quinta-feira (8), às 19 horas, em São Paulo, o primeiro debate de lançamento do novo livro do economista Marcio Pochmann, O mito da grande classe média: capitalismo e estrutura social. O evento é gratuito, sem necessidade de inscrição, e integra o ciclo Democracia na História, promovido pela Biblioteca Mario de […]

    POR: Redação

    5 min de leitura

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    A Boitempo Editorial promove nesta quinta-feira (8), às 19 horas, em São Paulo, o primeiro debate de lançamento do novo livro do economista Marcio Pochmann, O mito da grande classe média: capitalismo e estrutura social. O evento é gratuito, sem necessidade de inscrição, e integra o ciclo Democracia na História, promovido pela Biblioteca Mario de Andrade. O debaterá será realizado na Biblioteca Mario de Andrade (Rua da Consolação, 94, Centro).

    O segundo debate de lançamento será em Brasília, no dia 3 de junho, integrando a programação dos Diálogos Capital, organizados em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal.

    Crítico da ideia da emergência de uma nova classe média, o hoje presidente da Fundação Perseu Abramo analisa em “O mito da grande classe média: capitalismo e estrutura social” (Boitempo Editorial) como, nos últimos anos, vem se difundindo mundo afora a ideia de uma “medianização” das sociedades, com o surgimento de novos setores médios da população.

    Pochmann faz uma historiografia do conceito de classe média e reflete sobre a evolução e as mudanças pelas quais passou a classe assalariada brasileira. Essas mudanças, defende, apontam para o crescimento e o fortalecimento, não da classe média, mas sim da classe trabalhadora brasileira. O mito da grande classe média, uma noção heterogênea e não unívoca, sustenta o autor, está impregnado de ideologia e voluntarismo teórico. Para Pochmann, a ausência de uma análise das classes sociais em sua determinação concreta ou segundo as condições reais de sua base material redunda em “um voluntarismo teórico inconsistente com a realidade, salvo interesses específicos ou projetos políticos de redução do papel do Estado”.

    A síntese de mais de dez anos de implantação dessas políticas passaria não pela emergência de uma nova classe média, mas sim pela ascensão e o fortalecimento de setores ligados à classe trabalhadora. Não se trata, para Pochmann, de uma mera diferença de nomenclatura, mas sim de uma visão ideológica a respeito da natureza dessas politicas e de seus resultados em termos de mobilidade social.

    SERVIÇO

    Ciclo Democracia na História

    Quinta-feira, 8 de maio, às 19 horas

    Biblioteca Mario de Andrade (Rua da Consolação, 94, Centro)

    Trecho do prefácio de Marilena Chaui


    Erguendo-se contra as simplificações neoliberais e pós-modernas acerca do capitalismo contemporâneo, este livro, ao passar da aparência à essência do social, esclarece como e por que se propala mundo afora a ideia de “medianização” das sociedades e, no Brasil, a da existência de uma nova classe média. De fato, uma vez que a perspectiva neoliberal se assenta sobre a afirmação da suposta racionalidade do mercado para a regulação da vida social, ela conduz à defesa da privatização dos direitos sociais sob a forma da compra e venda de bens e serviços, de maneira que, politicamente, a afirmação da “medianização” das sociedades fortalece a supressão de políticas sociais universais como ação do Estado. Por outro lado, no caso específico do Brasil, os programas governamentais de transferência de renda, implantados desde 2004 (como expressão das lutas sociais e populares dos anos 1970-1990), levaram à incorporação socioeconômica de vasta parcela dos trabalhadores de baixa renda, até então destinados ao subconsumo, aos padrões de consumo de bens duráveis consagrados pelo capitalismo de modelo industrial fordista, consumo que só era possível para os segmentos de classe média e rendas superiores. O acesso ao consumo de bens duráveis e serviços por aqueles até há pouco deles excluídos conduziu à afirmação do surgimento de uma nova classe média brasileira.

    As afirmações sobre a “medianização” das sociedades urbanas e industriais e a do surgimento de uma nova classe média brasileira, que poderiam parecer apenas um equívoco de interpretação, indicam, na verdade, a absorção (deliberada, em certos casos, ou involuntária, em outros) da ideologia e da política neoliberais como foco de análise e ação. Ou, como explica Pochmann, a ausência de uma análise das classes sociais em sua determinação concreta ou segundo as condições reais de sua base material redunda em “um voluntarismo teórico inconsistente com a realidade, salvo interesses específicos ou projetos políticos de redução do papel do Estado”.

    Sobre o autor

    Marcio Pochmann é professor titular do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia da mesma instituição e presidente da Fundação Perseu Abramo. Consultor de várias instituições internacionais e nacionais, pesquisador visitante em universidades europeias, foi secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade de São Paulo (2001-2004) e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2007-2012). Pela Boitempo, publicou O emprego na globalização: a nova divisão internacional do trabalho e os caminhos que o Brasil escolheu (2001), O emprego no desenvolvimento da nação (2008) e Nova classe média?: o trabalho na base da pirâmide social brasileira (2012).

    Ficha técnica

    Título: O mito da grande classe média: capitalismo e estrutura social
    Autor: Marcio Pochmann
    Prefácio: Marilena Chaui
    Páginas: 152
    Preço: R$ 32,00
    Coleção: Mundo do Trabalho
    ISBN: 978-85-7559-370-7
    Editora: Boitempo