Dilma e a 'prática sistemática de ouvir as ruas'
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (27) que está trabalhando para garantir a elaboração de uma política pública transparente e eficiente, que permita a participação efetiva dos cidadãos e o acesso a informações governamentais. “Nós agora estamos reformulando alguns dos instrumentos que nós temos. E isso significa que nós queremos construir uma prática sistemática de ouvir as ruas, de ouvir as ruas, de ouvir o que querem as universidades, de ouvir o que querem as pessoas, a população da cidade e do campo do Brasil, dos diferentes segmentos sociais, e ouvir as redes sociais, ter com as redes sociais também uma interação.”
No Palácio do Planalto, Dilma lançou a nova versão do Portal Brasil, página que tem a intenção de passar a reunir serviços públicos na esfera federal, notícias e informações sobre direitos legais. Além disso, hoje ela reativou sua conta no Twitter, que não usava desde as eleições de 2010, e criou uma página oficial para fãs no Facebook.
No discurso, de 11 minutos, ela enumerou recentes iniciativas de democratização e transparência, como a Lei de Acesso à Informação e a divulgação de mais informações sobre a execução do Orçamento federal. A presidenta indicou, porém, que há uma necessidade de ir transformando a cultura do país em direção a uma consolidação de direitos, hoje frequentemente contestados pelo poder público.
“Ainda a lógica analógica, dos papéis, permeia todo o governo. Então, a nossa ideia é justamente começar um processo no qual o governo muda de analógico para digital. O Gabinete Digital é esse esforço de fazer esse processo”, argumentou. “Ele não é simples, nós sabemos que ainda durante algum tempo teremos essas duas questões correndo paralelamente, mas a ideia por trás disso é para fazer com que essa transição seja mais rápida, é isso. Nós estamos pensando, e por trás do que nós estamos fazendo, tem essa lógica e esse sentido.”
Dilma acredita que essa iniciativa por mais transparência muda também a maneira como o servidor público se enxerga e é enxergado. Hoje, na visão dela, há preconceito contra o funcionário de órgãos do Estado, que precisa ser valorizado porque é quem faz o Estado funcionar. “Daí porque no nosso Gabinete Digital há uma preocupação forte com a questão da comunicação entre o servidor, a sociedade, as próprias camadas dirigentes do governo e tornar o servidor um ente fundamental, porque ele é crucial para a realização de todas as políticas para prestação de serviço e para a qualidade dessa prestação.”
De outro lado, ela entende que a implementação de mecanismos digitais vai mudar a relação do Estado com o cidadão. A presidenta avalia que atualmente há uma diferença de tratamento entre os vários órgãos públicos, que tende a ser atenuada nesta nova etapa. “Ao tratar o cidadão como uno, nós estamos reconhecendo e nos curvando, de forma humilde, ao reinado do cidadão sobre a questão da informação. Ele passa a ser aquele que define em que condições que ele acessa, e não nós que vamos definir em que condições ele vai acessar.”
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