No dia 5 de julho, sexta-feira, às 15 horas, ocorre no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo o lançamento do livro “Repressão e direito à resistência: os comunistas na luta contra a ditadura”. O evento contará com a participarão do presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e do secretário Nacional de Justiça e Presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.

A publicação é resultado do fomento do projeto Marcas da Memória, da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça. Ao tomar conhecimento do edital de chamada pública para o projeto, a Fundação Maurício Grabois, por meio de seu Centro de Documentação e Memória, apresentou a ideia que deu origem a este trabalho, com o firme objetivo de contribuir com a divulgação da anistia e o resgate da memória política do Brasil.

A Comissão de Anistia tem empreendido trabalhos como esses para a construção de uma memória plural sobre a ditadura que vitimou o país por mais de duas décadas, valendo-se da memória para promover a reparação moral e histórica. Assim, esta publicação insere-se em um movimento nacional pela memória. Movimento que ajuda a combater a cultura do esquecimento, uma cultura que provoca duplo dano: colabora para que os fatos criminosos e hediondos relacionados à repressão política não sejam desvendados e, em consequência, desarma a sociedade da necessária vigilância para que não se repitam.

O livro abarca, basicamente, os depoimentos de militantes que pertenceram à Ação Popular (AP) e ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), duas organizações de origens diferentes que viriam a se aproximar no final da década de 1960, processo que culminaria na incorporação da AP ao PCdoB, em 1973. Os comunistas estão entre os grupos políticos cujas ideias mais foram censuradas, e que sofreram algumas das mais duras perseguições durante a ditadura militar, razão que torna esta publicação ainda mais importante como meio de reparação histórica.

O exemplo de vida da geração de militantes ouvidos nesta publicação iluminará os caminhos das novas gerações que refletem e vivem a política democrática e desejam ver mais direitos sociais agregados a essa democracia em permanente construção.

As entrevistas trazem histórias de dezenas de homens e mulheres que sacrificaram parte importante de suas vidas na luta contra o regime de arbítrio que vigorou em nosso país entre 1964 e 1985. Pessoas – que tiveram atitudes corajosas na defesa daquilo em que acreditavam – falam pela primeira vez sobre suas trajetórias pessoais e as perseguições que sofreram por parte do Estado ditatorial brasileiro. Contudo, nas suas palavras não sentimos sinais de lamúria ou arrependimento, mas sim a sólida convicção de um dever cumprido. Este conjunto de depoimentos traz à tona informações valiosas que ainda não estão presentes nos nossos livros de história, mas um dia, estarão.

Lançamento: Repressão e direito à resistência: os comunistas na luta contra a ditadura

Local: Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo

Endereço: Rua Rego Freitas, nº 530, República, Região Central

Data: 5 de julho, sexta-feira, às 15 horas.