Em audiência com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta quarta-feira, 5 de junho, a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) propôs a criação de um sistema de “Chamada Nacional” ou “Cadastro Nacional” para levantar dados sobre o número de brasileiros formados no exterior em Medicina que estão sem validar seus diplomas no Brasil e depois rediscutir o processo de revalidação de títulos. Padilha assumiu compromisso de fazer “Chamada Nacional” para o cadastro de médicos brasileiros formados no exterior.

O ministro Alexandre Padilha afirmou, ainda, que o Ministério da Saúde está trabalhando para aperfeiçoamento do processo de revalidação e estudando alternativas para adequar o processo ao nível de formação dos médicos brasileiros formados no exterior.

A deputada Perpétua Almeida reiterou que não é contra a vinda de médicos do exterior para suprir, de forma temporária, a falta de médicos no Brasil. “Mas não acho justo virar as costas para tantos brasileiros que se esforçaram e se sacrificaram para fazer um curso no exterior e não são apoiados. O Brasil precisa urgentemente resolver esta situação e dar aos brasileiros as mesmas oportunidades que estão sendo dadas aos estrangeiros. Não podemos fechar os olhos para os estudantes que estão formados e, se tem dinheiro, conseguem validar diplomas, quem não tem ficam a mercê da sorte”, afirmou Perpétua.

A parlamentar acreana sugeriu, ainda, um convênio entre as universidades públicas federais nos Estados, especialmente nas regiões mais pobres, Ministérios da Saúde e Educação para a elaboração de um programa de validação de diplomas e assim acabar com a falta de médico nas cidades brasileiras.

Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 1,7% dos médicos que atuam no Brasil se formaram fora do país. Nos Estados Unidos mais de 25% obtiveram títulos no exterior. “Mais de 700 municípios enfrentam altos índices de insegurança assistencial e escassez de médicos sendo que a maioria não tem nenhum médico residindo no município. Em 2011, foram criados 19 mil empregos, mas só 13 mil profissionais se formaram”, destacou Padilha.

Publicado em O Rio Branco