No dia 18 de abril, Portugal confirmou que faria cortes de 800 milhões de euros para todos os serviços públicos. A medida foi estipulada pela Troika (grupo de credores formado por Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) com o intuito de liberar um empréstimo de 4 bilhões de euros.

Menos de um mês depois, o Banco de Portugal anunciou nesta terça-feira (14/05) que registou um lucro de 449 milhões de euros (cerca de um bilhão de reais) em 2012. Segundo o portal Público, o valor representa um crescimento de 1341% comparado ao ano de 2011.

A explicação dada pela direção do banco é que esse lucro está ligado à redução das transferências para reservas da instituição financeira, que baixaram dos 460 milhões de euros em 2011 para 268 milhões de euros em 2012.

Além disso, o governo português reverteu também os prejuízos registados com operações financeiras, que tinham sido de 88 milhões de euros em 2011 e que, no ano passado, tiveram um resultado positivo de 88 milhões de euros.

Para o dirigente do Banco de Portugal, Carlos Costa, “o excedente” pode ser aplicado na redução da dívida. “Esta é a única solução que interessa pois é geradora de emprego”, afirma Costa em entrevista ao jornal Diário de Notícias.

Sobre o crescente aumento da taxa de desemprego, que está quase em 18% em Portugal, Costa considera “que embora preocupante, não é surpreendente”, pois muitos empregos foram destruídos e não voltarão a ser repostos. “No entanto, trabalhadores são requalificados para outros setores, mas é preciso haver tanto local quanto externo”, conclui.