Honestino Guimarães: desaparecido há 50 anos
Ex-presidente da UNE, Honestino Guimarães foi assassinado pela ditadura militar em 1973.
Uma das principais homenagens que a União Nacional dos Estudantes está realizando em seu 59o. Congresso é para a memória de Honestino Guimarães, ex-presidente da entidade que foi assassinado pela ditadura militar em 1973.
As perseguições, torturas e prisões do período da ditadura começaram em 1960 e, desde o início, Honestino esteve no topo da lista das perseguições. Quando optou pela clandestinidade, teve a residência em Goiânia invadida inúmeras vezes por agentes da repressão, mas não desistiu de continuar na luta pelo os direitos estudantis. Foi quando, em 1969, tornou-se presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), assumindo a entidade após a prisão de Jean Marc Von der Weid.
No final de 1972, Honestino se mudou para o Rio de Janeiro, onde foi jurado de morte e preso pelo órgão repressivo Cenimar, o Centro de Informações da Marinha. Ao saber da prisão, sua mãe, Dona Maria Monteiro, iniciou uma incansável busca, sem que encontrasse seu filho.
Em dezembro daquele ano, teve a garantia de que poderia visitar Honestino durante o Natal no temido PIC (Pelotão de Investigações Criminais do Exército) de Brasília. Mas, chegando ao local, foi informada de que o filho não estava lá. Após um ano, em 1974, o caso do desaparecimento de Honestino ganhou notoriedade.
Após o seu desaparecimento, a família teve de esperar 23 anos até que o governo reconhecesse que Honestino era, de fato, um dos mortos da ditadura. Seu assassinato só foi admitido, oficialmente, em 12 de março de 1996.
Honestino hoje é homenageado pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília e pelo Grêmio Estudantil do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, entidades estudantis que levam o seu nome. Ótimo aluno, sempre se destacando, ele estudou em ambas as instituições.