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Meta e Trump: nova aliança digital ameaça democracia Global

8 de janeiro de 2025

Deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) denuncia o reposicionamento das redes sociais Instagram, Facebook, WhatsApp e Threads. Medida favorece a extrema-direita, ameaçam os regimes democráticos e impactam a política global.

Ativistas fazem protesto por regulamentação do Facebook no Reino Unido com imagem de Mark Zuckerberg surfando em uma onda de dinheiro. Foto: SumOfUs/Ekō

Mark Zuckerberg, dono do Grupo Meta, que controla plataformas como WhatsApp, Facebook e Instagram, fez um pronunciamento explicitando uma política de alinhamento total a Donald Trump e ao novo governo dos Estados Unidos quanto à moderação de conteúdos nas redes sociais.

Na prática, o reposicionamento significa a liberalização total das plataformas para os objetivos da extrema-direita e de grupos criminosos, como a disseminação de informações falsas, propagação de violência e extremismo político, conteúdos de ódio e preconceituosos, sob a falsa retórica de defender a liberdade de expressão.

Entre as medidas anunciadas estão o banimento das agências de checagem de fatos e sua substituição por “comunidades de usuários”, enfraquecendo o papel do jornalismo profissional; a fragilização ou até mesmo a extinção de filtros para identificar e moderar conteúdos potencialmente danosos; a volta da recomendação de conteúdos “cívicos” – ou seja, as postagens de viés político ao gosto da extrema-direita -; e até mesmo a remoção da equipe de moderação de conteúdos, saindo da Califórnia para o Texas, segundo ele para evitar acusações de “parcialidade”.

Deputado Federal Orlando Silva (PCdoB/SP) | Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

Mas Zuckerberg foi além em sua posição – talvez seja mais adequado dizer submissão ou rendição – ao declarar guerra a nações que tentam, de maneira legítima e com respaldo legal, construir legislações que regulem as plataformas digitais. O dono da Meta cita diretamente a Europa, países da América Latina que teriam “tribunais secretos” – em um servil eco às mentiras de Elon Musk sobre o STF – e a China.

Por sua dimensão e consequências óbvias, o anúncio vai muito além de uma nova política de moderação de conteúdos. É um mergulho de cabeça na batalha geopolítica global, alinhando-se totalmente aos objetivos de Donald Trump e da extrema-direita para combater países que buscam preservar suas soberanias, como Alemanha e Inglaterra, na União Europeia, e principalmente a China, única nação que questiona a hegemonia norte-americana, inclusive afirmando sua soberania tecnológica.

Modus operandi já conhecido, o patrocínio às táticas da extrema-direita vem disfarçado sob o invólucro de defesa da liberdade de expressão. Mentira! A resultante será o favorecimento do extremismo neofascista/neonazista em sua cruzada ideológica contra os valores humanistas e a democracia. Para tanto, precisam da internet como território livre de quaisquer regras ou pudores para fazerem a guerra cultural e sustentarem o obscurantismo.

A nova política da Meta deve ter fortes repercussões políticas e é demonstrativa dos riscos que o novo governo Trump traz aos regimes democráticos. Primeiro foi Elon Musk e agora Mark Zuckerberg. Ambos, sob a batuta de Trump, buscam impactar a balança de forças políticas em âmbito mundial a favor da extrema-direita, ameaçando o planeta com um período de trevas.

deputado Orlando Silva foi relator do primeiro grupo de trabalho (GT) criado na Câmara dos Deputados para discutir o Projeto de Lei 2630/20, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. A proposta ficou conhecida como PL das Fake News.

Orlando Silva, deputado federal (PCdoB-SP), foi relator do primeiro grupo de trabalho (GT) criado na Câmara dos Deputados para discutir o Projeto de Lei 2630/20, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. A proposta ficou conhecida como PL das Fake News

Este é um artigo de opinião. A visão dos autores não necessariamente expressa a linha editorial da FMG.

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