Através de políticas monetárias agressivas, o governo norte-americano impediu, com sucesso, a recessão no mercado financeiro, mas não conseguiu que a economia do país retomasse o ritmo normal de crescimento. Pelo contrário, desde o início do ano, o aumento do PIB desacelera continuamente. Enquanto isso, a taxa de desemprego se mantém alta e as finanças públicas do país se deterioram.

Na Europa a situação não é melhor. Devido à crise de dívida da Grécia e à depressão econômica dos países do sul do continente, a economia europeia também enfrenta muitos desafios. Inúmeros fenômenos nos induzem a acreditar que a economia mundial pode mergulhar numa recessão de longo prazo.

Desde a eclosão da crise financeira global, o Fórum Econômico de Davos acompanha com atenção a evolução econômica chinesa. O plano de estímulo financeiro de quatro trilhões de yuans implementado pelo governo chinês em 2009 foi elogiado pelos participantes do evento. No fórum do ano passado, a economia chinesa foi um dos temas mais discutidos.

No entanto, meses depois do encerramento do fórum, algumas vozes na comunidade internacional passaram a minimizavam o desenvolvimento econômico chinês, argumentando que o país abrigava uma inflação perigosa e que o cenário era incontrolável. Segundo essas mesmas vozes, o país teria uma "aterrissagem dura" num prazo curto. Porém, estatísticas divulgadas em agosto deste ano revelam ao mundo a verdadeira situação econômica da China. A inflação foi controlada e a velocidade do crescimento econômico desacelerou, apesar de ainda estar num nível relativamente alto. Essa tendência aponta que a economia chinesa manterá seu crescimento no futuro.

Apesar do aumento contínuo, a economia chinesa ainda enfrenta muitas dificuldades. Como disse o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, "é evidente o problema do desenvolvimento desequilibrado e insustentável da China". No momento, o crescimento econômico chinês é fortemente dependente do exterior. Neste contexto, a recessão econômica mundial provocou muitos impactos sobre a economia chinesa. Caso Beijing não acelere as reformas e reajustes sobre sua estrutura econômica, o crescimento logo será interrompido. Também não pode ser excluída a possibilidade de que as autoridades dos EUA decidam minimizar suas dívidas a partir da geração de inflação e desvalorização do dólar. A China deve, portanto, manter-se vigilante.

O Fórum Econômico de Davos é tido como uma plataforma importante para que o governo e as empresas chinesas conheçam o mundo. Na condição de segunda maior economia mundial, a China não deve ser apenas um espectador do desenvolvimento global. O país precisa aproveitar essa oportunidade para fazer ecoar sua voz e estender sua influência ao crescimento econômico mundial.

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Fonte:  Rádio Internacional da China