O 16º Congresso do Partido Comunista do Brasil reafirma o nosso compromisso histórico com a transformação estrutural do país e com a construção de um futuro em que caibam todas as pessoas. Ao longo de sua trajetória, o PCdoB tem sido guardião da democracia, da soberania nacional e da justiça social. Neste momento, em que o Brasil enfrenta os efeitos da crise global do capitalismo e os ataques da extrema-direita, nossa tarefa é recolocar o povo no centro das decisões políticas, fortalecendo a unidade das forças progressistas e assegurando avanços concretos para o mundo do trabalho e para os direitos humanos.
Nosso partido compreende que a crise do modelo neoliberal acentuou desigualdades, precarizou relações de trabalho e fragmentou direitos historicamente conquistados. Para nós, essa não é apenas uma questão econômica, mas também de dignidade humana. É necessário consolidar um projeto nacional de desenvolvimento soberano e inclusivo, que valorize o trabalho, amplie a democracia e enfrente a lógica da financeirização da vida. Um Brasil forte só pode existir com empregos de qualidade, salários justos e a valorização de quem produz.
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Mas não basta falar em desenvolvimento sem falar de diversidade. A luta pela emancipação humana passa pelo reconhecimento das diferenças, e o PCdoB tem papel fundamental em garantir que as vozes historicamente silenciadas ocupem os espaços de poder. É nesse sentido que reforço minha militância em defesa dos direitos da população LGBTQIA+, das mulheres e do povo negro. Não podemos admitir retrocessos. O Brasil que queremos construir precisa enfrentar o racismo estrutural, o machismo, a LGBTfobia e todas as formas de opressão.
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Ao reafirmar a luta pela democracia e contra o fascismo, o Congresso do PCdoB também aponta para a necessidade de enfrentar a guerra cultural da extrema-direita, que tenta impor retrocessos e dividir a sociedade. Nossa resposta deve ser a valorização da ciência, da cultura e da produção de ideias que ampliem horizontes. Devemos disputar corações e mentes, não apenas com a razão, mas com a esperança de que é possível viver em um país que não criminaliza a pobreza, não persegue identidades e reconhece no povo trabalhador a força para mover a história.
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O futuro do Brasil depende da ousadia de sonhar e da coragem de transformar. O PCdoB, mais uma vez, mostra-se preparado para estar à altura desse desafio: construir um Brasil soberano, que respeite o meio ambiente, garanta direitos, promova a diversidade e reconheça no trabalho humano a base da riqueza nacional. É com este horizonte que seguimos firmes, de punhos cerrados, no caminho de 2026 e além, para que o socialismo democrático floresça como alternativa concreta de emancipação do nosso povo.
Dani Balbi é escritora, professora e deputada estadual do PCdoB/RJ.
Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial da FMG.