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    Notícias da FMG

    Nova fase do CDM: comunistas organizam memória para projetar futuro político

    Instalação do Conselho Político amplia o trabalho do CDM na preservação documental e na difusão da memória histórica.

    POR: Centro de Documentação e Memória (CDM)

    5 min de leitura

    Sala de Arquivos do Centro de Documentação e Memória (CDM), em São Paulo (SP). Imagem: CDM/Divulgação
    Sala de Arquivos do Centro de Documentação e Memória (CDM), em São Paulo (SP). Imagem: CDM/Divulgação

    O Centro de Documentação e Memória (CDM) da Fundação Maurício Grabois instalou, no dia 28 de agosto de 2025, o seu Conselho Político, em reunião realizada de forma remota. O encontro marcou um passo importante para consolidar as ações de preservação, organização e difusão da memória histórica ligada à trajetória dos comunistas no Brasil.

    O Conselho é composto por seis integrantes com perfil e atuação profissional alinhados ao trabalho do CDM. São eles:

    • Leocir Costa Rosa – advogado e diretor administrativo da Fundação, que exercerá a função de coordenador do Conselho;

    • Cláudio Gonzalez – jornalista e coordenador executivo do Centro, função assumida em junho deste ano;

    • Osvaldo Bertolino – escritor, jornalista e autor de diversos livros sobre a história do Partido e de suas lideranças históricas;

    • Raul Carrion – historiador, membro do Comitê Central do PCdoB e responsável pela Fundação Maurício Grabois no Rio Grande do Sul;

    • Liége Rocha – bibliotecária e dirigente nacional do PCdoB;

    • Fernando Garcia – historiador e pesquisador, que coordenou o CDM por 15 anos.

    O presidente da Fundação Maurício Grabois, Walter Sorrentino, acompanhou a reunião e destacou que a criação do Conselho eleva a atividade do CDM a um novo patamar, ampliando sua capacidade de contribuir para a preservação e divulgação da história dos comunistas no Brasil, além de garantir um papel mais destacado na luta de ideias.

    Sorrentino registrou e agradeceu o trabalho conduzido por Fernando Garcia no último período e ressaltou que uma nova fase se inicia a partir de agora. Para ele, o Centro é registro da história política da luta da classe operária e do povo brasileiro e merece as melhores atenções, sendo fundamental que esteja disponível e divulgado a um amplo público. O sítio do CDM encontra-se em processo de renovação.

    O plano de trabalho para os próximos meses foi apresentado pelo coordenador do Centro, Cláudio Gonzalez. Estruturado em fases, o projeto contempla tanto tarefas emergenciais quanto estratégicas.

    Entre as ações previstas estão a arrumação e organização geral; a seleção, identificação, classificação e tratamento das novas entradas — incluindo livros, materiais audiovisuais e documentos; a organização do acervo já classificado e o resgate de conteúdos digitais; além da divulgação e disponibilização de conteúdos, eventos, exposições e do planejamento de atividades futuras. O objetivo é dar maior organicidade ao trabalho do Centro, garantindo que a memória preservada se converta em conhecimento acessível e em instrumento de formação política.

    Criado em 2009, sob a liderança do historiador Augusto Buonicore, o CDM tem como missão central coletar, organizar, conservar e disponibilizar a documentação histórica da instituição, contribuindo para o fortalecimento da identidade e dos valores cultivados ao longo da luta de seus dirigentes, militantes e quadros políticos. Seu trabalho combina o rigor das ciências da informação com a análise histórica, antropológica e sociológica, assegurando que os documentos preservados tenham relevância e estejam acessíveis para consultas, estudos e divulgação.

    Além de reunir e preservar o patrimônio documental, o CDM busca promover o diálogo com a sociedade e os movimentos sociais, reforçar a cultura organizacional da Fundação e apoiar a direção partidária na formulação de estratégias e ações. Por meio de serviços e produtos voltados ao público interno e externo, reafirma o compromisso histórico dos comunistas como sujeitos transformadores da realidade brasileira.

    Entre suas atribuições permanentes estão a recepção e coleta de itens para o acervo, a classificação e conservação dos documentos e sua disponibilização para pesquisadores, dirigentes, militantes e interessados em geral. Ao tornar essa memória acessível, o CDM contribui não apenas para o estudo da trajetória política do Partido Comunista do Brasil e de seus quadros, mas também para a valorização da história das lutas populares no país.

    Para Walter Sorrentino, o Conselho recém-criado terá papel estratégico nesse processo. “Cabe a ele orientar politicamente as atividades do CDM, opinar sobre seus rumos e projetos, bem como sugerir iniciativas e parcerias que ampliem o alcance da instituição. A aproximação com órgãos públicos, entidades do movimento social, universidades e centros de pesquisa está entre as prioridades, de modo a fortalecer a cooperação e garantir que o acervo preserve e projete a memória da militância comunista brasileira.”

    A instalação do Conselho representa, assim, um avanço significativo na institucionalização do CDM e na definição de suas diretrizes futuras. Ao reunir dirigentes e intelectuais comprometidos com a preservação da memória histórica, a Fundação Maurício Grabois dá mais um passo na construção de um espaço sólido, capaz de articular a preservação documental com a reflexão crítica sobre a experiência dos comunistas no Brasil e seu papel na transformação social.

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