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    Direitos Humanos

    Clara Charf morre aos 100 anos

    "Pessoas assim não morrem, elas persistem em nossa memória como as estrelas que alumiam os caminhos de luta do povo brasileiro, com coerência, abnegação e coragem", destaca a Fundação Maurício Grabois em homenagem

    POR: Redação, com informações do Memorial da Resistência

    2 min de leitura

    Esposa de Marighella, ativista e militante, Clara Charf é homenageada pela Câmara Municipal de São Paulo com o título de cidadã paulistana, em 13/05/2019. Foto: Lina Martinelli / Jornalistas Livres
    Esposa de Marighella, ativista e militante, Clara Charf é homenageada pela Câmara Municipal de São Paulo com o título de cidadã paulistana, em 13/05/2019. Foto: Lina Martinelli / Jornalistas Livres

    Faleceu nesta segunda-feira (3) aos 100 anos de idade a militante Clara Charf, viúva do guerrilheiro comunista Carlos Marighella (1911-1969). De acordo com a ONG feminista Associação Mulheres Pela Paz, presidida por ela, a morte ocorreu por causas naturais.

    “A Fundação Maurício Grabois apresenta suas melhores homenagens à memória de Clara Charf. Ela foi uma militante monumental da esquerda brasileira no PT, desde cedo ingressando no PCB, exilada, e seguiu sua luta ao lado de Marighella, até seu assassinato. Pessoas assim não morrem, elas persistem em nossa memória como as estrelas que alumiam os caminhos de luta do povo brasileiro, com coerência, abnegação e coragem”, destaca a nota de pesar da Fundação Grabois.

    Clara Sharf comemorou 100 anos no dia 19 de julho, com uma festa realizada no Galpão Elza Soares, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no centro de São Paulo (SP), ao lado de militantes históricos do PT como os ex-ministros José Genoíno e José Dirceu.

    Clara Charf comemorou 100 anos no dia 19 de julho no Galpão Elza Soreas do MST em São Paulo. Foto: Priscila Ramos / MST

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    Vida de militância

    Charf se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) aos 21 anos, onde conheceu Carlos Marighella, com quem viria a se casar. Integrou a Ação Libertadora Nacional (ALN), organização de resistência à ditadura militar (1964-1985) fundada por Marighella em 1967 e viveu ao lado do marido na clandestinidade. O relacionamento durou de 1948 a 1969, quando Marighella foi assassinado por agentes da repressão em São Paulo.

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    Após a morte de seu marido, Charf buscou exílio em Cuba, onde viveu dez anos – retornou ao Brasil com a promulgação da Lei de Anistia em 1979 e se filiou ao recém-fundado Partido dos Trabalhadores (PT). Sharf integrou a  Secretaria de Mulheres do partido e o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, além de presidir a Associação Mulheres Pela Paz, fundada por ela em 2003, até o momento de seu falecimento.

    *Com informações do Memorial da Resistência

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