Pré-sal já garante hoje recursos para revolução que Brasil fará na educação, afirma Dilma
A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (6), ao dar posse ao novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, que o que está em disputa hoje no Brasil é a forma de exploração do patrimônio do pré-sal, que representa centenas de bilhões de reais do Estado brasileiro e que já estão assegurados para a Educação e para a Saúde do País. Ela disse estar convencida de que, como uma Pátria Educadora, o Brasil dará o salto imprescindível para se tornar, finalmente, uma nação desenvolvida e, ao mesmo tempo, justa com seu povo.
“Os recursos dos royalties e do Fundo Social do pré-sal vão viabilizar uma verdadeira revolução na educação brasileira, que se realizará nas próximas décadas, mas que vai começar, progressivamente, a partir de agora”, disse ela. “Nós não podemos nos iludir. O que está em disputa é a forma de exploração desse patrimônio e quem fica com a maior parte”, afirmou.
E quem, acrescentou a presidenta, poderia ser a pessoa mais indicada para comandar toda essa transformação, neste momento, do que um professor? “Por isso, para consolidar a construção do desafio de uma Pátria Educadora, uma pátria que educa suas crianças e seus jovens, eu convidei um professor, um pensador e um apaixonado pela educação, que é Roberto Janine Ribeiro”, disse a presidenta.
Segundo Dilma, o novo ministro é “uma feliz novidade”. E explicou que ele terá o grande desafio de construir o futuro do País na área educacional a partir de quatro eixos genéricos. O primeiro será um esforço ainda maior em direção ao que ela chamou de federalismo cooperativo, uma vez que União, estados e municípios dividem responsabilidades na área da educação.
Outro eixo é a mudança no paradigma curricular e pedagógico do ensino básico, para dar urgência e primazia às capacitações analíticas, “fazendo da interpretação e composição de texto e do raciocínio lógico o ponto de partida do processo de aprendizado”, disse Dilma. Isso será feito em consulta permanente com a sociedade – aí incluídos professores, alunos, pais – a fim de construir uma base curricular comum.
O terceiro eixo é dispor de diretores e professores bem qualificados, bem remunerados e estimulados. “No caso dos diretores, queremos aprimorar sua formação e incentivar as boas experiências de elevação de desempenho das escolas. No caso dos professores, também, além de ampliar as oportunidades de formação, vamos discutir com estados e municípios as diretrizes de uma carreira nacional”, detalhou a presidenta.
Finalmente, a meta contida no último eixo será estimular o uso de tecnologias e técnicas no processo de formação. “Não se trata de substituir o professor, mas de dar-lhe instrumentos que enriqueçam o processo pedagógico, ampliando a interação do ambiente escolar com o conjunto da sociedade e o uso e acesso a softwares que permitam que haja um salto de qualidade também”.
Conquistas e desafios
Dilma Rousseff lembrou que, nos últimos anos, o governo realizou muitos projetos e iniciativas importantes. “Fizemos muita coisa. Democratizamos o acesso ao ensino em todos os níveis, diminuímos as barreiras geográficas e de gênero, diminuímos as barreiras de classe social e etnia. Diminuímos, enfim, um conjunto de desigualdades e distribuições desiguais da educação pelo Brasil”.
Agora, enfatizou, o governo prossegue na criação de uma escola, e sobretudo de uma universidade, com o jeito, o rosto e as cores do povo brasileiro. “Nunca tivemos tanta diversidade em nossos bancos escolares e universitários”, disse. “O Plano Nacional de Educação (PNE), que sancionei no ano passado, estabelece um cronograma de investimentos para a próxima década [com recursos dos royalties do pré-sal].”
A presidenta lembrou ainda que feito um grande esforço na educação nos últimos anos, desde o início do governo do presidente Lula até agora. “E eu falo sobretudo do período do meu governo. Garantimos recursos para a construção de 6.185 creches e para adoção do ensino em tempo integral em 61 mil escolas”.
Ao mesmo tempo, com o Pronatec, disse, mais de oito milhões de jovens e trabalhadores, homens e mulheres, adultos, enfim, pessoas de todas as idades, tiveram acesso a cursos de formação profissional e formação de uma competência, no sentido de se incluir melhor no mundo do trabalho.
“Agora, o nosso desafio são mais 12 milhões que devem ser matriculados ao longo dos próximos quatro anos. No meu primeiro mandato, implantamos 208 campi de Institutos Federais de Educação. E levamos, o que é muito importante, para o interior do Brasil, para o Norte e o Nordeste, um conjunto de campi que, junto com toda iniciativa realizada no governo do presidente Lula, permitiu a maior interiorização e diversificação regional da nossa universidade”, acrescentou.