Ao dissertar na conferência sobre “Crise Financeira Mundial – Riscos e Oportunidades para Economias Emergentes como Angola”, o economista afirmou que o continente africano será mais competitivo quando elevar os seus níveis de industrialização e quando baixar para níveis significativos as importações.

“África precisa repensar a sua política de industrialização, mediante uma séria aposta na formação e capacitação de quadros nacionais e incrementar a produção e exportar o excedente para as economias mais carenciadas”, realçou.

Segundo Josep Stiglitz, a industrialização gera dinâmica econômica, ajuda o desenvolvimento económico e cria postos de empregos diretos e indiretos, que contribuem para o aumento dos rendimentos e das receitas fiscais, através do pagamento de impostos.

Para ele, países com enormes recursos naturais, à semelhança de Angola, precisam igualmente de melhorar as suas políticas industriais, concentrando as suas prioridades na formação de recursos humanos.

Na sua visão, os países em vias de desenvolvimento devem também facilitar a instalação de indústrias de pequena escala para apoiar o processo de desenvolvimento, bem como inserir as comunidades rurais, sobretudo as mulheres, no mercado, com vista à geração de mais empregos.

Salientou que, em muitos modelos atuais de parcerias público-privadas, os governos acarretam o setor privado com a maior parte dos prejuízos do negócio, razão pela qual solicitou aos governos africanos a elaborarem políticas e legislações sobre a matéria com vantagens e desvantagens recíprocas.

Professor universitário, Joseph Stiglitz foi a Angola a convite do Jornal Sol e a revista FP- Lusófona, num momento em que a África, em particular Angola, ensaiam modelos político, económico e financeiro sustentáveis, em reação aos desafios da crise econômica e financeira mundial.

Ele abordou questões como os efeitos da crise financeira na economia dos EUA, o capitalismo da Ásia (China e Índia), preparação para possíveis crises, globalização e a relação entre os países industrializados e os em vias de desenvolvimento.

No evento, onde estiveram governantes, acadêmicos e empresários, houve também prelecções da ministra do Planeamento, Ana Dias Lourenço, do coordenador da comissão de reestruturação da ANIP, Aguinaldo Jaime, e do secretário do MPLA para a política económica e social, Manuel Nunes Júnior.

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Com informações da agência AngolaPress