No evento de três dias, que terá a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se discutirá também a crise internacional do capitalismo, o "contra-ataque" da direita na América Latina e no Caribe, e os desafios atuais das esquerdas populares na região.

Tudo isso consta do documento base elaborado pelo Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, ao qual a Agência Efe teve acesso.

"Em relação à Líbia, embora existam diferentes opiniões sobre o conteúdo do Governo (de Muammar) Kadafi, é fundamental uma rejeição categórica contra a ingerência externa, intervenção militar e contra os riscos à soberania nacional líbia", indicou o documento.

Além disso, serão discutidas as rebeliões populares na Tunísia, Egito, Bahrein, Omã, Iêmen e Marrocos, que "dificultam o exercício da hegemonia dos Estados Unidos e Israel na região" e "afetam os preços do petróleo", segundo o documento oficial.

Além disso, os participantes do Foro debaterão sobre a crescente participação chinesa na economia europeia, africana e latino-americana, e inclusive na americana.

O documento de trabalho indica que o crescimento da China constitui não só um fenômeno econômico, mas tem "projeções políticas e militares que o Foro deve debater com muita atenção".

A crise internacional do capitalismo e a deterioração da política americana que procura enfrentá-la "lançando mão de sua hegemonia monetária e militar" será outro tema de discussão no encontro da esquerda continental.

Além disso, serão analisados os desafios das esquerdas populares, democráticas, nacionalistas, socialistas e comunistas na América Latina, entre eles, o de "manter os espaços conquistados", assinala o texto base do Foro.

A embaixada do Brasil na Nicarágua confirmou nesta terça-feira à Efe que Lula chegará na próxima quinta-feira a Manágua para participar do evento.

Espera-se a presença de mais de 80 partidos e organizações de 50 países, segundo o coordenador de evento, Jacinto Suárez, secretário de relações internacionais da legenda governista na Nicarágua, Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN).

O encontro lembra o 50º aniversário da FSLN e o 116º aniversário de nascimento do herói nacionalista Augusto César Sandino, que inspirou a Revolução Sandinista.

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Com agências