As mudanças na distribuição fiscal dos habitantes do planeta sinalizam aceleração do ritmo de transferência da atividade econômica mundial – e da riqueza – do Ocidente para o Oriente. Porque é possível que as diferenças per capita no que diz respeito aos rendimentos permaneçam abissais, mas, em números absolutos, o contínuo cataclísmico aumento da população dos denominados "mercados emergentes" da Ásia, entre os quais incluem-se não só a China e a Índia, mas também outros países com elevada evolução demográfica, como são a Indonésia e as Filipinas, determina a transferência do centro de gravidade econômica do planeta ao Oriente.

Esta é uma importante constatação da última pesquisa realizada pelos analistas (sérios) do Census Bureau. A segunda refere-se aos EUA e é encorajadora, considerando que o centro norte-americano de pesquisas prevê a queda da média de idade da população dos EUA nos próximos anos.

E isto não porque fracassarão as mudanças no sistema de aposentadorias e pensões e, de um modo geral, do apoio à terceira idade que Barack Obama está matutando, mas porque espera-se que a onda imigratória para os EUA será acelerada (o "sonho americano" jamais deixou de "vender"). Já a terceira constatação diz respeito à Europa em seu total.

Nos EUA, os especilaistas registram queda do ritmo de aumento da população aos mais baixos níveis desde 1940 (calcula-se que a população do país totaliza neste momento 308.745.538 habitantes). Contudo, de acordo com a análise do Census Bureau, "a média de idade da população constitui uma das maiores variáveis do crescimento, considerando que os jovens fazem filhos e trabalham para pagar impostos, para que os futuros governos de Washington possam pagar as aposentadorias aos idosos e para salvar os bancos e as indústrias automobilísticas que despencarão nas próximas crises".

Em linhas gerais, os especialistas do Census Bureau acreditam que a evolução demográfica de cada país definirá, também, seu futuro econômico. Assim, em 2015, o número de habitantes nos EUA aumentará com ritmo anual de 1%, segundo avalia o Census Bureau. Na China, que é o país mais densamente habitado do planeta, o ritmo será de 0,4%.

Está, porém, previsto um envelhecimento da população do país por causa das medidas de controle dos nascimentos adotadas pelas autoridades chinesas – como se sabe, permite-se aos novos casais terem apenas um filho, e por motivos compreensíveis, mas inaceitáveis, este filho é habitualmente do sexo masculino. Na Índia, que já atingiu 1 bilhão de habitantes, o ritmo de aumento da população será de 1,2% em 2015.

Europa envelhece

Nos antípodas, na Alemanha, país maior e mais forte economicamente da Europa, está prevista redução da população com ritmo anual de 0,2% em 2015. Anotem que, em 1995, a população da Alemanha aumentava em ritmo anual de 0,3%.

Embora o número de crianças que gera cada mulher, espera-se, aumentará ligeiramente de 1,4 criança (em 2010 e 2015) para 1,5 criança, em 2025, o número dos nascimentos a cada mil habitantes, espera-se, se reduzirá de nove nascimentos (ano passado e em 2015) para oito em 2025.

Com relação a mortalidade, os números variam. Embora, positivos para a, por assim dizer, "civilização social", espera-se que a expectativa de vida aumentará dos 80 anos (ano passado e em 2015), para 82 anos em 2025. Entretanto, negativos para os mesmos idosos e para os problemas fiscais que enfrenta o Velho Continente, considerando que será reduzido o número dos contribuintes para o pagamento de aposentadorias.

A população do Continente Europeu se contrairá nos próximos 15 anos, porque como se sabe as medidas tomadas para se enfrentar a imigração ilegal surtirão efeito – os asiáticos, africanos e de outras origens do planeta se convencerão de que não encontrarão trabalho e futuro aqui.

As consequências para a economia européia serão, obviamente, negativas, considerando que o próprio Census Bureau destaca que "a redução da população significa redução de mão-de-obra e da possibilidade de geração de riqueza e crescimento da economia". Por fim, o Census Bureau prevê recudescimento do problema demográfico no Velho Continente, que continuará envelhecendo. Tomara que envelheça com dignidade.

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Fonte: Monitor Mercantil