O bicho
Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O
Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O
Na cortiça Do tronco da palmeira Há cicatrizes de folhas Que foram, outrora, Seu pulmão e beleza. As delícias do amargo & uma homenagem: poemas Adalberto Monteiro Editora Anita Garibaldi – edição 2005 Adalberto Monteiro, Jornalista e poeta.
Viver é jogo rápido, dizem. Não dá pra investir. Pode vir aí uma crise maior, acidente fatal, um câncer… E lá se foi toda poesia. Basta ir à feira, pra ver o que custa ficar vivo. E a
Se um dia nós se gostasse; Se um dia nós se queresse; Se nós dois se impariásse, Se juntinho nós dois vivesse! Se juntinho nós dois morasse Se juntinho nós dois drumisse; Se juntinho nós dois morresse! Se pro
Tem tristeza com remorsos do que poderia ter sido, e que não foi Tem tristeza que põe mesa para a festa de estar grávida de si mesma Tem tristeza que não é aceita, mas vai chegando e se ajeita
Falso Profeta, insone, Extraviado, Vivo, Cego, a sondar o Indecifrável: e, jaguar da Sibila- inevitável, meu Sangue traça a rota desse Fado. Eu, forçado a ascender, eu, Mutilado, busco a Estrela que chama, inapelável. E a pulsação do Ser,
Mais forte que o carmin que na tua boca insana me atormenta Mais perfumada que a mais linda aurora que o criador me há reservado Rendo-me a teus pés indômita Dulcinéia Diga-me nesse instante: -Por que me tens tentado?
Para a resistência iraquiana Aviões cospem fogo e mancham a face da humanidade. Tanques avançam pelo deserto e levam a morte à civilização. Homens atiram e (se) desumanizam. Mártires resistem, a tempestade ajuda O que desejam homens, tanques e
Encontro no corredor da Universidade Católica o professor, indigenista, Mário Arruda. Fala com entusiasmo de seu trabalho. Recorda um filme sobre Chico Mendes, o mártir da causa da floresta amazônica. Tira de suas memórias uma frase do seringueiro
E como chovia torrencialmente muitas pessoas quase morreram afogadas pelas palavras que transbordavam pelos bueiros da quebrada. Eram tantas as palavras que despencavam da nuvem no bar do Zé batidão, que muita gente, quase que se afogava nas