O Riso do palhaço sem alegria
Outro dia alguém, não sei bem porque e quando, me disse que a vida era um presente divino, e que devíamos saber aproveitá-la, e jamais esquecer de agradecê-la, quem quer que fosse o padrinho. E que por pior
Outro dia alguém, não sei bem porque e quando, me disse que a vida era um presente divino, e que devíamos saber aproveitá-la, e jamais esquecer de agradecê-la, quem quer que fosse o padrinho. E que por pior
Brasil augusto, quanto amor quisera para estender-me em teu regaço, para envolver-me em tuas folhas gigantes, em desenvolvimento vegetal, em vivo detrito de esmeraldas: espiar-te, Brasil dos rios sacerdotais que te nutrem, dançar nos terraços à luz da lua
Vinha Maria pela fonte, colhendo vênias e pensando na vida mais que vivida. Parou diante do charco, reparou nas rãs, nas jias, nos sapos – que é tudo bicho diferente, embora parente. Cansada de olhar tanto, sorriu anfíbia,
Naquele tempo o menino ainda não desconhecia Deus. Tinha ouvido as pregações de sua mãe, a catequese das árvores e dos bichos do mato. De natural, já nascera convertido, num proselitismo doce, embalado ao colo e numa redinha
Versão abreviada de um poema publicado pela primeira vez em 1920 Havia alguns pratos sujos e um copo de leite na mesinha ao lado dela junto à cama rançosa, em desordem – Encarquilhada e quase cega ali jazia roncando
O mano da periferia chega do trampo às oito Sem jantar, pega o material da escola e sai contente Nunca assiste ao Jornal Nacional, está afoito: -Ele vê o mundo com seus próprios olhos: de frente! Antônio Carlos Affonso
No fulgor da manhã, Com a voz já rouquenha, Ele alardeia a mercadoria: Um terremoto que ceifou milhares, Um novo escândalo de corrupção, A velha onda de fome na África. Mas o que escandaliza É ele mesmo. Ele é
Florir – é um Fim – casualmente Vendo uma Flor no campo Talvez sequer alguém perceba A sutil Circunstância Que há na Lúcida Tarefa A tal custo cumprida Para se abrir qual Borboleta Ao Sol do meio-dia – Encher
Às vezes somos impelidos a ser abelhas que saqueiam mil flores sem, entretanto, conhecer nenhuma. Em que lagos de prazer mergulhamos quando, de fato, conhecemos uma flor?! Que maravilha ouvi-la, saber sua história saber que pragas e ervas daninhas
Hoje, talvez haja festa no arraial das moto-serras, dos garimpos clandestinos, das pindas, das bóias, dos aranzéis e redes ilegais. Pode haver alívio nos acampamentos dos caçadores, dos pendurados à espreita nas esperas nos pé de tamburil, pequizeiros