Zóio preto
Morena, ocê me mata Tudo dia um cadinho Me frecha cum teu oiá Me esmaga cum teu jeitinho No jardim adonde ocê vive Têm muitas frô prefumosa Tem a hortência, tem o cravo E tem ocê , feito rosa
Morena, ocê me mata Tudo dia um cadinho Me frecha cum teu oiá Me esmaga cum teu jeitinho No jardim adonde ocê vive Têm muitas frô prefumosa Tem a hortência, tem o cravo E tem ocê , feito rosa
Naquela roça grande não tem chuva é o suor do meu rosto que rega as plantações; Naquela roça grande tem café maduro e aquele vermelho-cereja são gotas do meu sangue feitas seiva. O café vai ser torrado, pisado, torturado,
Um Ilustríssimo, Num busto de bronze. Nódoa na beleza da praça. Nenhuma honra e alguma utilidade. Os ouvidos entupidos de cera. Dos buracos das narinas escorre brilhante líquido. As abelhas fizeram do oco de sua cabeça Uma fábrica de
“A constituição do seu espírito condenara-o a todos os anseios. A do seu destino, abandoná-los todos”. A aparente oposição entre destino e espírito em uma só pessoa é um truque ou recurso estilístico inerentes à personalidade pluriforme de
Goiânia é um susto. Assustou os descampados da Campininha, quando Pedro Ludovico chegou e, em nome do Estado Novo, ordenou: Faça-se a cidade! Susto maior Goiânia deu no velho Goiás. Mudou rumos, ensinou caminhos, mudou rosto e fala.
Aqui-agora o sol aceso na feira Meio-dia panela no fogo barriga vazia Macaco torrado na beira da baia Dona Maria noite e dia à ilharga do fogão Margem do tempo e da chuva Semarias e ilhas do esquecimento Roteiros
A luz da manhã era leitosa e não se via o leiteiro na esquina da Carlos Sampaio Desci com dois litros vazios atravessei o conjunto residencial do outro lado da praça havia uma fila de gente comprando leite
Essa história do amor, que a uma só vida Bilhões extrai, prolífico e fogoso, Essa – oh! gênero humano desditoso! – Enche o tempo, enche o espaço, indefinida… Adão, o arrependido, e a arrependida Eva, ei-los avexados, ante o
Côs braço cheio de fita, Ainda me acho bonita, Meu pená ninguém atina Mêmo amarrada de imbira, Não lamento minha sina: -Sô a viola caipira! Imbora vancê se admira, Mêmo pindurada num prego, Minhas lembrança carrego, -Queria que vancê
se desse olvidava minhas senhas de tarjetas magnéticas se desse descia à natural natureza dessa maçã largada na geladeira murchando vermelha até virar uma chama gelada laranjada de podridão se desse me amassava bem assava meu sangue nos teus