A Coroa de Tom: sobre os desempregados
Tom – coroado em duro e puro aço, Tom; seu irmão botadesbotado empilha a enxada, Fazendo faísca no chão rumo ao lar – Dick, camarada; Tom Cor-e-ação, Obreiro Tom: só quer o seu pedaço De pão, e cama agora.
Tom – coroado em duro e puro aço, Tom; seu irmão botadesbotado empilha a enxada, Fazendo faísca no chão rumo ao lar – Dick, camarada; Tom Cor-e-ação, Obreiro Tom: só quer o seu pedaço De pão, e cama agora.
Lição da míngua transplantada Na Amazônia, o estado precedeu à sociedade. Que sociedade? Se o estado foi o Maranhão e Grão-Pará (1621), a sociedade seria o pequeno ajuntamento de enganados nos Açores e outros pobres lugares pela falsa
Quando o Regime ordenou que queimassem em público Os livros de saber nocivo, e por toda a parte Os bois foram forçados a puxar carroças Carregadas de livros para a fogueira, um poeta Expulso, um dos melhores, ao estudar
Era menina, mas não era besta. Percebeu que aquele olhar dele não era olhar de irmão. Quase que sentiu-se apalpada. Não tinha também como negar que uma coisa lhe subiu lá dentro e veio lhe queimar o rosto.
Nasceu o herói. Nasceu de geração espontânea, digo, nasceu de um rabisco à lápis, inspirado nas coxas da pesquisadora, debruçada sobre os livros na biblioteca. Ainda sem saber se era pássaro ou gente, o herói queria mesmo era
O homem freudiano respira mal: tem o peito trancado a sete chaves de angústia, e tem na alma muralhas de medo. Nas masmorras dos nervos trancou o cerne do Ser. O falocrata coloca o pênis em um altar, e
Venha bem devagarzinho e sente aqui, com a cabeça bem virada pra mim, que é para eu saber dos teus olhos em mim. Que é para eu saber de ti. Porque quando tuas jabuticabas rolam para longe nem
Paulo Roberto Parreiras desapareceu de casa. Trajava calças cinza e camisa branca e tinha dezesseis anos. Parecia com o teu filho, teu irmão, teu sobrinho, parecia com o filho do vizinho mas não era. Era Paulo Roberto Parreiras que
A poesia é simples. Vejam como a lua úmida Surge das nuvens Livre e indiferente. Vejam o silêncio que nasce Dos túmulos, nas madrugadas! A poesia é simples. O canto é pobre e puro Como o pão e o
Façamos como los hermanos mexicanos Grandes vivas aos mortos que nos fizeram viver Desde a outra metade da vida querida e sentida Nesta vida. Façamos um grande brinde à inevitável morte Para não decair na lembrança dos que virão