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    Colunas

    Todo dia, à caça
    Todo dia, à caça

    Na savana da TV a fêmea de leopardo vai à caça. Aumento o som para alcançar o vento granulado que bate o mato ralo. Há uma impala que pasta com sua cria um cheiro que não sinto e que

    O Haver
    O Haver

    Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura Essa intimidade perfeita com o silêncio Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo – Perdoai-os! porque eles não tem culpa de ter nascido… Resta esse antigo respeito pela noite, esse

    Jogadores de uma perna só
    Jogadores de uma perna só

    Outro dia fez um rasgo de sol No inverno paulistano e fui a São Vicente. Na praia um jogo de futebol de amputados. Vitalidade e intrepidez da vida que não se rende, Que supera desgraças e adversidades. Correm, correm,

    A Mandinga
    A Mandinga

    Juca Mulato apeia. É macabro o pardieiro. Junto à porta cochila o negro feiticeiro. A pele molambenta o esqueleto disfarça. Há uma faísca má nessa pupila graça, quieta, dormente, como as águas estagnadas. Fuma: a fumaça o envolve em

    Soneto
    Soneto

    Alegres campos, verdes arvoredos Claras e frescas águas de cristal, que em vós os debuxais ao natural, discorrendo da altura dos rochedos; Silvestres montes, ásperos penedos, compostos em concerto desigual, sabei que, sem licença de meu mal, já não

    Vertigem
    Vertigem

          Olho para o horizonte obturado: Alí um Anhangabaú transbordante feito o demônio recriando a vida marginal do húmus, e depois, tornado a renascer do concreto cingido pela história. Acolá, um Pajeú em luta contra algum Moreira César.      

    O poeta-operário
    O poeta-operário

    Grita-se ao poeta: “Queria te ver numa fábrica! O quê? versos? Pura bobagem! Para trabalhar não tens coragem”. Talvez ninguém como nós ponha tanto coração no trabalho. Eu sou numa fábrica. E se chaminés me faltam talvez sem chaminés

    Os cadernos de Picasso
    Os cadernos de Picasso

          Desde o momento que recebi o livro emprestado por um amigo e dei uma primeira folheada, eu já sabia que não resistiria à tentação, que a coisa iria virar crônica.       Mas vamos à obra, com pressinha, antes

    Sábado à Noite
    Sábado à Noite

          Ela entrou, esfuziante. Do cantinho do bar, eu a observei abraçar a todos, dar risadas, pedir um drinque qualquer e sentar-se de pernas cruzadas e cruzadas de novo. Só ela sabia enroscar as pernas assim.   Tinha essa energia

    Praia do Caju
    Praia do Caju

    Escuta: o que passou passou e não há força capaz de mudar isto. Nesta tarde de férias, disponível, podes, se quiseres, relembrar. Mas nada acenderá de novo o lume que na carne das horas se perdeu. Ah, se perdeu!