Logo Grabois Logo Grabois

Leia a última edição Logo Grabois

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

    Colunas

    Encontro
    Encontro

          Com atenção não seria difícil descobrir pequenas mudanças: os cabelos mais claros, e entretanto com menos luz e vida; a boca pintada com um desenho diferente, e o batom mais escuro. Impossível negar uma tênue, fina ruga –

    Assuntos de amor
    Assuntos de amor

    financio quebrantos, freguês, fulano pedestre comercio em braile virgens milagrosas estrelas para hotéis de ocasião simpatias amigo negro aí, freguês, papéis, países pez de minha mão pelo chão documentos aí, freguês, e passaportes estrelas de limar chaves derramo hermetismo,

    Balatetta
    Balatetta

    Por não ter esperança de beijá-lo Eu mesmo, ou de abraçá-lo, Ou contar-lhe do amor que me corrói O coração vassalo, Vai tu, poema, ao meu Amado, vai ao seu Quarto dizer-lhe quanto, quanto dói Amar sem ser amado,

    Contatos
    Contatos

    Amadureci. Não tenho medo dos mortos. No quarto repleto de escuro Arregalo os olhos E contemplo o movimento dos vultos. Se ainda não houve diálogo O pavor não tem sido empecilho. É por pura opção deles. Contentam-se Em ocupar

    Boa Justiça
    Boa Justiça

    Eis a ardente lei dos homens Das uvas fazerem vinho Do carvão fazerem fogo Dos beijos fazerem homens Eis a dura lei dos homens Não perder a integridade Mesmo em guerras e misérias Em perigo até de morte Eis

    Dantão
    Dantão

    (1883)    Parece-me que o vejo iluminado. Erguendo delirante a grande fronte – De um povo inteiro o fúlgido horizonte Cheio de luz, de idéias constelado! De seu crânio vulcão – a rubra lava Foi que gerou essa sublime

    Vida-lida
    Vida-lida

    Em Babaçulândia vidas somem nas matas à busca de coco agreste. Da safra sáfara se tira um pouco – quase nada que sustente a fome de tanta gente. Escravos da precisão do nascimento à velhice, têm olhos tristes, em

    Nossa Senhora dos Prazeres
    Nossa Senhora dos Prazeres

    Na igreja do Monte Guararape Era um dia de sol que vi sonhando. Na luz campal, maribondos e abelhas, Das colméias do céu talvez voando De argila e cera recompondo as telhas. Entre arbustos do Monte onde pastando Havia

    Ode ao Amor
    Ode ao Amor

    Enches o peito de cada homem, medras Nalma de cada virgem, e toda a alma Enches de beijos de infinita calma… E o aroma dos teus beijos infinitos Entra na terra, bate nos granitos E quebra as rochas e

    O telefone e o amigo morto
    O telefone e o amigo morto

    (Crônica-poema para Hélio Pellegrino) Nesta límpida manhã de março o telefone ainda não anunciou a morte do amigo. A lagoa e as montanhas sabem já que algo morreu longe de mim e, no entanto, disfarçam a notícia numa cumplicidade