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    Colunas

    Embriaguem-se
    Embriaguem-se

          É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.       Com quê? Com vinho,

    O pagode
    O pagode

    Lá do bar, vem o rumor do pagode. Os tambores ruflam, apesar do chicote. Os socos no couro do instrumento Trazem-me de volta à razão. Se os negros, dos quais descendo, Não se renderam ao banzo e ao relho

    A feira do povo
    A feira do povo

    No sertão nordestinado a feira do povo é uma economia de centavos São ovos ambicionados de um viver sextavado Um real é dinheiro digno de consideração e apreço Galinha do pé seco não dá pra quem quer Zé da

    Do Desejo II
    Do Desejo II

    Quem és? Pergunto ao desejo. Respondeu: lava. Depois pó, Depois nada. II Ver-te. Tocar-te. Que fulgor de máscaras. Que desenhos e rictus na tua cara Como os frisos veementes dos tapetes antigos. Que sombrio te tornas se repito O

    Fino sangue
    Fino sangue

    Gosto de poema que fala de ovo frito latido de cão e cheiro de queimado. Poema que com pequenos cortes vara as coisas pequenas fura a casca o odre rasga a placenta e deixa gotejar o fino sangue.  

    Dois minipoemas
    Dois minipoemas

    Pai de família cadê a vida regrada que tavaqui?   Talk-show Defeitos? Tenho sim. Muito. Sou muito humilde. E me sacrifico muito pelos outros.  

    Além dos anjos
    Além dos anjos

    Desce o rio cheio de anjos na água turva do sangue coagulado Rostos e asas passam pelas casas rumo ao mar de Arcanjos meus ancestrais

    Mors
    Mors

    O campo atravessando, a Morte me aparece Com uma foice às mãos, a ceifar sua messe Por seus ossos entrando a luz crepuscular No ermo em que tudo parecia vacilar Ao homem que espreitava, a foice reluzia E nos

    Memórias de um desmemoriado
    Memórias de um desmemoriado

          Estou escrevendo essas mal traçadas (que expressão mais kitsch, minha gente, apesar da boa intenção de brincar com um lugar comum!) porque tive o privilégio de receber em cima da hora um exemplar do último romance de Umberto

    Nevoeiro
    Nevoeiro

    Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, Define com perfil e ser Este fulgor baça da terra Que é Portugal a entristecer – Brilho sem luz e sem arder, Como o que o fogo-fátuo encerra. Ninguém sabe que