Dia das mães
Ao pé do canteiro Onde foste semeada, Acompanho a oração entoada Com fé e lágrimas. Salve! rainha… Sem nenhum território De colo imenso, quente e bom, De amor que nunca faltou E que a todos o distribuiu. As
Ao pé do canteiro Onde foste semeada, Acompanho a oração entoada Com fé e lágrimas. Salve! rainha… Sem nenhum território De colo imenso, quente e bom, De amor que nunca faltou E que a todos o distribuiu. As
Eis-me confuso e fragilizado Entre o certo e o errado Entre o sim e o não Da ética ou dialética do amor Onde não há um só pecado Que sobreviva ao perdão Não quero ser passado Não quero ser
O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se
Se te chamarem flor, toma cuidado: vê se não é gente que te quer por numa redoma – lindo objeto – a vegetar alheia a tempo e lugar! Se te chamarem flor, acorda e toma cuidado: olhe que te
Bom é sorrires, olhar em mim: não vês o inimigo, o rival jamais. Na caça, não serás a presa; não serás, no jogo, a prenda. Partilharemos, sem meias medidas, a espera, o arroubo, o gesto, o salto, o pouso
Quantas vezes te esperei na estação no frio, na neblina. Andava de um lado para outro com minha tossezinha, comprando jornais inomináveis, fumando Giuba depois suprimido pelo ministro dos tabacos, o idiota! Quem sabe um trem errado, ou desdobrado
a morte espia da soleira da porta e congela o amor a cama outrora molhada é limbo lágrima e solidão a morte espia da soleira da porta pontua cada gesto e esforço de sorriso as cordas do relógio se
(Lavoura de ossos) Nos anos de chumbo passou como um raio pelo bico do papagaio a peste da morte. Em Xambioá luta não há: os deserdados da sorte continuam ao deus dará. O medo cresce de outro jeito
I Não sei se ainda dormia e se sonhava… Mas era uma visão, uma doçura Que vinha de nascer da noite escura E de ouro de carmim se revelava. Não sei… Mas era um canto, uma voz pura Que
A gengiva de ouro devora a vasta planície: ardem copas, flores, palmas, pássaros incandescentes. O fogo anoitece a terra e a secreta vontade do fruto. Coivaras industriais reorganizam o cerrado para submetê-lo à tirania produtiva dos homens.