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    Colunas

    Cantigas de acordar mulher (4)
    Cantigas de acordar mulher (4)

    Bom é sorrires, olhar em mim: não vês o inimigo, o rival jamais. Na caça, não serás a presa; não serás, no jogo, a prenda. Partilharemos, sem meias medidas, a espera, o arroubo, o gesto, o salto, o pouso

    Na Fumaça
    Na Fumaça

    Quantas vezes te esperei na estação no frio, na neblina. Andava de um lado para outro com minha tossezinha, comprando jornais inomináveis, fumando Giuba depois suprimido pelo ministro dos tabacos, o idiota! Quem sabe um trem errado, ou desdobrado

    Vigília
    Vigília

    a morte espia da soleira da porta e congela o amor a cama outrora molhada é limbo lágrima e solidão a morte espia da soleira da porta pontua cada gesto e esforço de sorriso as cordas do relógio se

    Aparição da Rosa
    Aparição da Rosa

    I Não sei se ainda dormia e se sonhava… Mas era uma visão, uma doçura Que vinha de nascer da noite escura E de ouro de carmim se revelava. Não sei… Mas era um canto, uma voz pura Que

    Carvão
    Carvão

    A gengiva de ouro devora a vasta planície: ardem copas, flores, palmas, pássaros incandescentes.   O fogo anoitece a terra e a secreta vontade do fruto.   Coivaras industriais reorganizam o cerrado para submetê-lo à tirania produtiva dos homens.

    Quase-homens
    Quase-homens

          Pareciam três homens numa mesa de bar. Eram, no entanto, crianças. Sim, porque não entendiam nada da vida, deslumbravam-se com pequenas descobertas e despencavam às primeiras desilusões. E ontem era dia de ir ao chão, rastejar rente ao

    Marilene adiada
    Marilene adiada

    deu uma quina no olhar dela era pôr de domingo – por mim? Marilene viu-se só – aqui nem 11/09 tem. restos de comida no sofá rugas de programas de tevê que giraram o dia todo como vitrola de

    Noveleta – ainda continuação
    Noveleta – ainda continuação

          Estava longe, sumido no mundo. Saíra de casa tinha uns dez anos, dizendo que ia buscar a sorte onde gostassem dele. Ali, naquele lugar, onde nascera e roubara a primeira carambola; onde comera a primeira mulher-dama; onde pugnara

    La vie en serie
    La vie en serie

          Mergulhado no universo de milésimos de milímetros, soltava pedaços de metais numa caixa de madeira e ouvia os sons metálicos desiguais e, sem considerar o apelo dos metais, produzia ainda mais.       Quando via o trabalho dimensionado em

    Caçador de migalhas
    Caçador de migalhas

          Uma das poucas coisas justas que se tem notícias neste país, é a mediocridade. Ela não distingue sexo, cor, raça, credo, classe social, analfabeto, acadêmico, ou quem quer que seja. A pessoa é medíocre e pronto.       O