Logo Grabois Logo Grabois

Leia a última edição Logo Grabois

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

    Colunas

    Marília de Dirceu (1)
    Marília de Dirceu (1)

    Lira I Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d' expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das

    Meu admirável avô
    Meu admirável avô

          Milão, meados da década de 30. Escola pública, classes separadas de meninos e meninas. Esse menino aqui entrando no ginásio, criando novas amizades, os professores indagando o perfil familiar de cada aluno, servindo-lhes, geralmente, para fazer uma apologia

    O cronista ordinário
    O cronista ordinário

          Segundo afirmou certa vez o próprio Nelson Rodrigues, seu objetivo era produzir um “teatro desagradável”; criar “peças desagradáveis”, “obras pestilentas”, capazes de “produzir o tifo e a malária na platéia”. Como se vê, sua crítica dirigia-se sobretudo contra

    O Poema
    O Poema

    Um poema como um gole d’água bebido no escuro. Como um pobre animal palpitando ferido. Como pequenina moeda de prata perdida para sempre                                                              [na floresta noturna. Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa                                                              [condição de

    Ida à Padaria
    Ida à Padaria

    [Rio de Janeiro] Esta noite a lua contempla a avenida Copacabana em vez de olhar para o mar, e as coisas mais cotidianas são novas pra ela. Debruça-se sobre os fios frouxos dos bondes. Lá embaixo, os trilhos se

    Céu de confeiteiro
    Céu de confeiteiro

    uma fatia de céu é dada nesta noite de maio   quinhão que cabe ao homem que da janela espera   a urbe apita e o calor se faz bruma e precipício uma fatia de céu é dada aos

    Menino na duna
    Menino na duna

    Vergado sob o peso de duas latas com água vai o menino caiçara rumo à duna sem dono Em seu destino parvo-pálido adorna a duna com sua magra figura Naufragado destino é o que traz no corpo magro como

    Só Silvia
    Só Silvia

          Sentia a areia debaixo dos pés e as estrelas acima de tudo. Havia bebido duas garrafas de vinho. Sozinha e descalça no breu. Não por falta de companhia, mas de compaixão. Saiu sem dizer o destino e adorou.

    Beira-vida
    Beira-vida

    Onde andarão as estrelas que antes, alugavam os teus olhos para breves temporadas nas manhãs de dezembro?   Onde andará teu riso solto?   Foram-se, as estrelas talhadas em luz esculpidas em bronze em barcos reais que aqui passaram

    Poema desentranhado
    Poema desentranhado

          O poeta muitas vêzes se delicia em criar poesia, não tirando-a de si, dos seus sentimentos, dos seus sonhos, das suas experiências, mas “desgangarizando-a”, como disse Couto Barros, dos minérios em que ela jaz sepultada: uma notícia de