Certa vez no jornal Apareceu como algo exótico. Uma mendiga com trejeitos Nos modos de vestir. Certo arranjo nos molambos, Óculos vermelhos infantis. Sempre sua voz No miolo da cidade. Uma miserável altiva Que fixa a quantia mínima Ao

      Ele entrou no ônibus, pagou a passagem para o cobrador e ao passar a catraca deu uma panorâmica a procura de um bom local para sentar-se. Refletiu um pouco e sentou-se ao lado de uma destas universitárias com

Esquece a areia. Escolhe um rochedo tão duro quanto a vida e nele constrói teu castelo de pedras. Contra elas, nem o mar e nem o vento. Só as ininterruptas areias do tempo as podem desgastar.

Nas máquinas, o silêncio. Nas mãos, o silêncio. Sem boca, de talos cruzados sobre peitos cálidos de vapores, brota uma flor suspensa no rubro cair da tarde, na grave greve dos braços. As máquinas param. As mãos param. Todas

Os olhos que te perguntam esperam a resposta que te demora. Pudesse teu riso reproduzir; pudesse fazer-te minha finitamente pra sempre… Ah, quem dera me amasses, porque todo me faço d’amores. Não custava nada: só amar tão quanto não

      Parou o carro do lado da morena toda jambo e disparou, junto com um sorriso largo e franco:       – Casa comigo?       Ela abriu um outro sorriso, agora seu, todo alvura na carne escura, olhou marota, toda

      O menino chegou na loja e pediu um sorvete de felicidade. Dona Bondade olhou com seus olhos úmidos e disse, emocionada, que não tem, meu bem. O menino mostrou seus dentes mais cândidos e declarou que não havia

Onde o tempo medra e enfruta, mora o homem imerso em fadário, que rola ladeira abaixo, involuntário, e morre na roda imensa da pena injusta aplicada por quem mora além da Terra curta e onde vige o mundo e

Poesia não enche barriga, não mata lombriga, não dá camisa a ninguém. Poesia não parece algo serio, não paga aluguel nem compra jazigo no cemitério. Poesia parece coisa de desocupado, de quem não tem o que fazer ou está

Peça condenatória por tentativa de homicídio contra Abraão Patriarca, e seu mentor, Iavé Infanticida, com base na declaração universal dos deveres do pai, que reza: "Artigo único irrecusável e irrecorrível: Amarás teu filho mais que a ti mesmo".