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    Colunas

    breve tentativa de auto engano
    breve tentativa de auto engano

          Por estes tempos alguém me disse que o negro só é lembrado nos dias 20 de novembro e 13 de maio e com pesada ironia acrescentou que inúmeros discursos em defesa do negro no Brasil vão muito bem

    Guisado de conjuntura
    Guisado de conjuntura

          Dona Idalina pôs os teréns pra fora e gritou:       – Iranildi! Ô, Iranildi!       – Nhóra!       – Traz a caçarola de estanho, minha filha!       Enquanto armava a trempe, chegou a menina:       – Vai cozinhar

    Terrível companheira
    Terrível companheira

    Numa praça numa noite por detrás das folhagens de relance eu vi a solidão me espreitando. Tal nos filmes de terror eu andava e ela me seguia sem jamais deixar que eu enxergasse sua face. Meses depois ela jantava

    Da inutilidade e outros cantos
    Da inutilidade e outros cantos

          Canto o possível e o impossível para inaugurar felicidades nos olhos de quem felicidade faz gosto e necessita. Mas a vida, asa de abelha, é difícil, fugidia. Como prender num momento todo o século que migra para o

    Quem é Maria Graça?
    Quem é Maria Graça?

          Foi numa noite destas, que não se enxerga nem um palmo a frente do nariz, que Maria Graça desapareceu. Ela saiu furtiva, sorrateira do local onde dormia, era noite sem lua e sem luz, passou a porta, cruzou

    Poema cremoso para um fim de jornada
    Poema cremoso para um fim de jornada

    dormentes são as dobras do poente lívidas, formidandas, malemolentes debruçam-se sobre os astros, moles, languecentes, e derramam sua doce tirania, oleosa, aborrecida, no resto de dia morrente

    Luta sob o poente
    Luta sob o poente

          Nua, lânguida, esparramada no tapete da sala, o sol subia-lhe lento pela coxa até a púbis. Os seios respiravam leves. Os olhos, úmidos, de uma intensidade que a tudo atraía, pediam. Deitei-me de bruços sobre o tecido felpudo.

    Da minha fome por uma fruta síria
    Da minha fome por uma fruta síria

    A fome que tenho por ti, não é a de cravar minha boca sobre a superfície da tua vida, para saquear tua essência e, sujo dela, voltar para casa como um cão volta de uma caçada. O meu amor

    Conectando-se à Internet
    Conectando-se à Internet

          Conectar-se à internet já foi assim. Uma pessoa discava um 0800 e:       – Tuuummm! Tuuummmm! Tuummm!       – Alô?!       – Por favor aguarde, dentro de alguns minutos um de nossos representantes irá atendê-lo.       – Tum,

    Poesofando
    Poesofando

    Observando daqui a vida, logo se vê: o quanto de vida nela falta, o quanto de vida deve haver. Quisera pudéssemos senti-la nata. Assim, quem sabe, houvesse vida pra se perder.