Logo Grabois Logo Grabois

Leia a última edição Logo Grabois

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

    Colunas

    A morte da cadela
    A morte da cadela

          Depois do recuo do Ministro da Educação frente à pressão de cineastas e mercadeiros de cinema com referência à contrapartida social, comecei a escrever um roteiro que conta a história do atropelamento da minha cadela, com objetivo de

    Tempo para morrer
    Tempo para morrer

          Dona Anita subiu na laje e foi pendurar umas roupas. Quem olhasse de baixo, veria alguém que planava, mãos erguidas em busca do espaço. Já quem observasse da janela defronte, veria uma parca lutando contra o vento sob

    Dizer palavra:  Sertanejo
    Dizer palavra: Sertanejo

          Quem diz da palavra árida o seco, diz eco de outras eras e heróis: diz: dos contrafortes de areia, do mato ralo da catingueira, do mediterrâneo de sol e gretas. Diz do halo das campinas pouca xícara. Diz

    No lombo de uma lhama
    No lombo de uma lhama

    Junho vem no lombo de uma lhama. Vem no sopro de uma frente andina que assobia nas copas dos edifícios. As geleiras dos Andes bocejam, bocejam e o bafo chega aqui e faz um pombo saltitar em busca de

    A íntima transitoriedade da pedra
    A íntima transitoriedade da pedra

    pedra  em si é pedra viva ser mutante que, em sua imobilidade, traz consigo uma intrínseca transitoriedade. Não está disponível nem desperta. Traz por dentro sua pulsação mineral – passado ígneo em seu presente sedimentado. A pedra em sua

    Abrupto
    Abrupto

          Demorou muito até que percebesse que o sol findara no espaço. Correu tardiamente as persianas, como se lembrasse do calor que sentira em algum lugar nalgum tempo em que suava muito e pouco se comovia. Juntou papéis, arregimentou

    Questões
    Questões

          Quanto pode esperar aquele que há séculos espera? Como dizer à fome que aguarde o tempo em que pão e carne a extinguirão? O que dizer ao menino, há décadas sem escola, ou ao ancião, que nunca experimentou

    Fruta Temporã
    Fruta Temporã

    Ia pelas rodovias do não, vinha pelos doídos domínios do cão. De onde eu vim, ninguém sai são. Por vezes, minha sede mergulhava em oásis, mas logo a garganta em compulsiva drenagem escarrava areia e sangue: tudo era miragem.

    Esperando…
    Esperando…

          Um povo triste esperava na enorme fila de emprego de uma rede de supermercados, e parecia não ter nenhum compromisso com o tempo – não este tempo cronológico que passou enquanto eu esperava o ônibus. O ônibus demorava

    Lição
    Lição

    Toda a história se fez com homens e suas sempre renovadas baionetas. O mar que rugiu embaixo foi sempre o da rebelião: uma legião de miseráveis surgindo de seus túneis e deflagrando uma festa de balas e fome contra