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Colunas

Augustiana
Augustiana

O gatos caminham lá fora. Do pó, surgem como panteras espreitando a noite. Não, não são de quimeras, seo Augusto, nem de aneladas formas de sonhos (ou pesadelos). São feras. Feras que nos espreitam à noite a fim de

Conta-se…
Conta-se…

Conta-se a vinda dos pássaros de metal espalhando clarões dentro da noite. Conta-se que enormes labaredas brotarão do chão. Conta-se, mais uma vez, com a morte de crianças e doentes. Conta-se com a cumplicidade dos mentem e dissimulam em

O segundo cavaleiro
O segundo cavaleiro

      Depois que tudo acabar, sorriremos aliviados. Ergueremos cada casa tombada e faremos nossos calabouços. Neles, aprisionar-nos-emos voluntariamente. Neles, feneceremos até o apodrecimento.       Saíremos à superfície pós todas as bombas. Prantearemos nossos mortos e não mais haverá face

Olha a confusão
Olha a confusão

      Pudesse Altamirando explicar para Eleonora o que se passara no bar, poderia ao menos tirar esse peso do coração e, na melhor das hipóteses, dormir na sala, e não na rua.       Depois do expediente, Altamirando, como de

Sayuri
Sayuri

Dor de pai, dor de mãe, ter que permitir que a soterrem. Tinha sete anos tinha uma doença rara. E como neste mundo a ciência tem mais dólares para a morte do que à vida a medicina, impotente, rendeu-se.

John e Mohamed
John e Mohamed

      John e Mohamed habitavam a mesma rua. Eram, na realidade visinhos de casa, compravam no mesmo mercadinho, na mesma farmácia e na mesma padaria. Pessoas assim têm tudo para serem bons amigos. Certo? Errado! Pelo menos neste caso.

Sob o céu, uma estrela
Sob o céu, uma estrela

Hoje, de posse da vida, poderei dizer-te das coisas que não sei ou sinto: do destino que nunca se destina em nos alegrar; do outro lado da lua que o homem escuro teima em vigiar; dessa fome do mundo

Comício
Comício

Brota no palanque um homem com seus olhos. Vocifera. Chama toda a gente para o plantio de manhãs e desperta a praça apinhada. Fala por trovões. Aponta a fome e seus crimes justificados; desata todas as contradições em palavras

No vale das águas doentes
No vale das águas doentes

– Ah, cidade perversa, eu sacio tua sede alimento teus filhos e, em troca, injetas veneno em minhas veias… Verdes vales-pálidos, peixes, pássaros inválidos. No vale escorre um doente. Ferido, mutilado, perde a vida a cada momento. Dele, qual

Marxismo e método
Marxismo e método

“Não há estrada real para a ciência, e só tem probabilidade de chegar a seus cimos luminosos aqueles que enfrentam a canseira para galgá-los por veredas abruptas”. (Marx, “Prefácio à Edição francesa” d’O Capital) Ah, se se tratasse “apenas”