Os filhos da terra
I – O CAMPONÊS Me pintaram a cara de índio e me arrancaram da terra com minhas raízes e meu reino. Lançaram minhas sementes n'areia e n'areia me perdi entre os grãos. E mataram minha colheita, e nas promessas
I – O CAMPONÊS Me pintaram a cara de índio e me arrancaram da terra com minhas raízes e meu reino. Lançaram minhas sementes n'areia e n'areia me perdi entre os grãos. E mataram minha colheita, e nas promessas
"Pensavam que estivesse morto. Alguns esperavam, outros desejavam. Ele, não respirava, nem se movia. E assim ninguém percebeu quando certo dia, sempre um dia, mas que não era um dia qualquer, levantou-se e ameaçou puxar uma aba do
No confronto com o dia, trabalha-se o trigo. Na ânsia de negar-se trigo para afirmar-se pão (ou bolo ou ainda outra carne que não trigo) queima-se em seu próprio findar ante as coisas do cio. Finda nessa obsessão de
Nega-se e nem é pó. O milho, em seu grão, nega a si próprio e cai na fértil tarde do fero céu para brotar noutro que não ele a fim de negar-se milho novamente até ser milharal, mar de
Na seiva inabitável das coisas está o campo e no campo estão os homens e nos homens a necessidade de alimento e da palavra pelo alimento e pela foice que sangra o pé e a terra que nunca deixa
Há coisas que não deveríamos contar para ninguém e, principalmente, não contar para um cara metido a cronista. Devíamos guardar a setecentas chaves e nunca mais nem sequer lembrarmos delas. Um dia quando pensássemos em lembrar, daríamos uma
Davi e Salomé se conheceram num campeonato de quebra-cabeça na Sociedade Amigos de Bairro da Vila Filistéia. Viram-se na semifinal e se apaixonaram. Eliminaram seus adversários, foram para a final um contra o outro e, ambos, contra peças
No sempre desejo de ser mineral pó o homem, morto sobre si, avança o sinal. Pálido de lábios e curvo na espinha, deixa cair do rosto o olhar claro e longe até ver-se preso e consumido só no relógio
Conta-se que muitos anos atrás, comecei o meu primeiro emprego numa pequena confecção de calcinhas e meias. O dono era um Árabe brasileiro de nome Anuar. Na convivência com ele e sua família, entrei em contato pela primeira
– Ladrilhava tudo. Assim começou Demóstenes Antunes seu repto contra a praia. Voltado para o mar, mãos para trás, olhos abarcando o máximo da massa líquida, era como se decretasse um futuro perfeito. Tivesse ali uma espada,