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Colunas

A mosca
A mosca

– Morrer aqui e não findar sob as luzes incompletas da cidade, feito coisa amorfa no suscitado turbilhão das coisas? Que fim levaram minhas asas de libélula? Para que serviu tanto zumbido aos ouvidos dos homens se agora me

A couve
A couve

O que dizer do sol nas folhas da couve? O que dizer desse queimar no espaço agreste secamente pobre e pobremente aceso de vida velha sem esperança de renovação? A couve, consumível em sua acidez erecta, deseja crivar no

O besouro
O besouro

Instala sua noite o besouro. Negro, como negras são as tardes de abril, degola formigas e sufoca cigarras. Calca sob pés militares nossas manhãs e filhos; brutaliza nosso tempo e relvas; amassa firme seu terremoto e suscita toda a

“CAMARADAS, ACOMODAR É UM CRIME!”
“CAMARADAS, ACOMODAR É UM CRIME!”

Aproveitar cada segundo da liberdade conquistada, igual a mesa operária aproveita cada pedaço de pão! A liberdade em nosso país nos é tão rara, tão preciosa tão cara que é crime desperdiça-la. Mesmo que ela se apresente assim: tão

O Pombo
O Pombo

      Conheci um velho que, como um relógio, nunca atrasava em seus compromissos. E este senhor tinha um compromisso. Todo dia, no mesmo horário, ele se dirigia para uma pequena praça perto de minha casa e, lá, ficava por

O cão
O cão

Sob um sol de domingo (o que há de especial num sol, no domingo)? o cão passeia pela cidade seu faro último. Nas pêndulas de sua carne e nos pelos alourados, fica assim, só, em meio a tantos comparsas

Melopéia
Melopéia

Quando o sol bateu em meu rosto ouvi distante a melodia do Muezim. A imensidão da luz ofuscou as palavras. Levantei-me e caminhei por entre os sons. Nos meus ombros a armadura liberta o som metálico. Concentro-me no movimento

Os bois
Os bois

O mais que façamos é tudo que nos basta. A carregar esses homens por tantos caminhos afora, a golpe de fogo e soleira de verão, vagamos nós, bois enfermos e famintos, donos de nenhum destino e senhores de tantas

A dança das baratas (da série Invertebrados)
A dança das baratas (da série Invertebrados)

Na América do Sul dançam pobres e incertas baratas. Amplas são suas cascas grossas e suas patas magras. Mais amplos, porém, são sua confusão e embaraço. As baratas, pobres, mas ricas de tanta incerteza, dançam diante da morte, pulam

RUANDA
RUANDA

Em cada clareira, em cada vereda, em fila indiana, a morte arrasta-se em Ruanda. A cada dia, a fome, a cólera abatem 1.000 pessoas e não há coveiros o bastante, então os rios de Ruanda estão obstruídos não por