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Colunas

Tempero caseiro
Tempero caseiro

      Ao descer do ônibus em Itapira, interior de São Paulo, lembrei das férias escolares na infância, de quando aprendi a montar a cavalo, do imaginário dos camaradas (trabalhadores da roça) que contavam histórias quando, às vezes, eu ia

Os Sonhos e o Século (II)
Os Sonhos e o Século (II)

Os séculos têm aparência com o mar. Vão percorrendo o vão da vida descrevendo um mapa intrincado. Reina a calmaria, deslizam-se ondas macias. De repente, a violência, a tragédia, a tempestade. Os séculos e suas estações. Há o esplendor da primavera

Tucanos
Tucanos

      Manietaram tudo: informações, pessoas, casos. Grampearam ligações, ocultaram o passado e inventaram histórias.       A safadeza é tanta, que aparaceram na tv acusando aos outros, com caras inocentes e limpas. Calvas luzidias, bocas em bico, gestos de pais

Enorme campo de sinais
Enorme campo de sinais

      No auge da Guerra no Afeganistão, trabalhando a expressividade dos alunos, pedi a eles que escrevessem um fragmento de roteiro para cinema, cujo título era Crianças correm num campo de milho num dia de Sol. Discutimos as inúmeras

As Cartas
As Cartas

Poderosas são as cartas: ora nos anunciam que um filho nasceu; ora nos comunicam que aquele irmão, que morava distante, o perdemos quando atravessava uma avenida. Uma "carta" quando as canetas eram a tinteiro toda enlameada de azul em

Da prosa nossa de cada dia
Da prosa nossa de cada dia

      Hoje, tomo a liberdade de, neste meu espaço, apresentar aos leitores um comentário no lugar de uma ficção. Não, não. Fiquem tranqüilos: não será sobre o quadro eleitoral, nem sobre a nova guerra contra o Iraque. Venho falar

Terrenos baldios
Terrenos baldios

O azul e o sol doem nos olhos, caminho pela vila, pela vida, percorro o mundo. Um velho cavalo cansado arrasta ladeira acima uma carroça de areia e uma antiga folha de jornal rasteja ao sopro do vento; as

Ferramentas
Ferramentas

      Albuquerque gostava de ferramentas. Colecionava todas. Tinha desde o trivial – martelo, serrote, plaina, chaves de fenda, grifo – até furadeiras elétricas, bancada, profusão de parafusos, pregos, arruelas, porcas e tudo o que se podia imaginar.       Não

quase um poema
quase um poema

Jamais a fluidez do sangue se nunca em revoada os sentidos Jamais talvez se nunca a voz do não florescido ainda e sempre em palavras que retornam na escuridão dos olhos cerrados (Batidas na porta) Não recebo ninguém esta

Gente
Gente

      Queria apenas um trabalho, mesmo destes de curvar a espinha até bater a cabeça no chão… estou muito velho. (…) Foi numa creche. Os cobertores ficavam trancados a chave, e, num dia frio, desse frio mesmo, os bebês